05/Oct/2023
O dólar oscilou em baixa ante o Real durante boa parte da sessão desta quarta-feira (04/10), marcada por um alívio no mercado de Treasuries após a divulgação de dados econômicos piores que o esperado nos Estados Unidos, mas ainda assim a moeda norte-americana fechou praticamente estável no Brasil. O dólar fechou a R$ 5,15, em variação negativa de 0,06%. Nas duas sessões anteriores, a divisa dos Estados Unidos havia acumulado alta de 2,56%, na esteira de dados positivos sobre a economia norte-americana, que elevaram a percepção de que o Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) poderá subir mais sua taxa de referência e mantê-la alta por mais tempo. Nesta quarta-feira (04/10), porém, o mercado encontrou certo alívio com a divulgação dos dados do Relatório Nacional de Emprego da ADP. O documento mostrou que foram abertos 89.000 empregos no mês passado no setor privado dos Estados Unidos. Economistas previam criação de 153.000 postos de trabalho.
Após os dados da ADP, os rendimentos dos Treasuries cederam, refletindo uma perspectiva de política monetária não tão apertada nos Estados Unidos, o que também penalizou o dólar. A moeda norte-americana marcou a cotação mínima de R$ 5,12 (-0,63%). Segundo a Remessa Online, o forte impulso do dólar nos últimos dias foi um movimento global. Nesta quarta-feira (04/10), há um alívio por conta da ADP, com dados abaixo das projeções. Este movimento de correção, de pequena valorização do Real, se dá justamente porque a expectativa é em relação aos dados de emprego nos Estados Unidos, o payroll de sexta-feira (06/10). A baixa do dólar ante o Real durante a sessão, apesar de pequena, é “pausa” antes da divulgação de novos dados importantes nos Estados Unidos (o primeiro deles, o relatório de empregos payroll). Entre os agentes de mercado, a percepção mais geral é de que as cotações seguirão pressionadas enquanto não houver clareza sobre o futuro da política monetária nos Estados Unidos.
Segundo a Órama, os juros norte-americanos de mais longo prazo atingiram patamares de 16 anos, estão elevadíssimos e podem subir mais, pois a economia se mostra forte, o mercado de trabalho apertado e a inflação custa a ceder para a meta. Há uma percepção de que as taxas norte-americanas ficarão elevadas por longo período e isso ajuda o dólar a se valorizar no mundo todo. Neste contexto, apesar do alívio trazido pelos dados da ADP, o dólar recuperou o fôlego ante o Real e chegou a subir, marcando a cotação máxima de R$ 5,17 (+0,45%). Depois disso, se reaproximou da estabilidade. No exterior, a queda do dólar ante as divisas fortes era mais intensa e a moeda norte-americana também recuava ante a maior parte das divisas de emergentes ou exportadores de commodities. O índice do dólar, que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas, caía 0,27%, a 106,780. O Banco Central vendeu todos os 16.000 contratos de swap cambial tradicional ofertados na rolagem dos vencimentos de dezembro. Fonte: Reuters. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.