05/Oct/2023
Empresas que desenvolveram nos últimos anos, ainda no âmbito de testes, projetos e ações para atender aos três pilares da agenda ESG (ambiental, social e governança) estão no momento de reavaliar e entender quais resultados foram de fato efetivos. As pautas relacionadas ao tema dominaram o mercado corporativo nos últimos anos. Somente no Google Trends, ferramenta que mostra o volume de buscas sobre um determinado assunto, o interesse pelo ESG atingiu, em junho de 2023, o seu nível mais alto em 19 anos. Especialistas destacam que a agenda está em um momento de mudança, e a sociedade civil e o terceiro setor começam a cobrar a implementação de planos práticos que ajudem a levar as empresas a se tornarem mais responsáveis. Todas as empresas estão numa jornada de aprendizado que deve sempre começar com uma atitude não muito apreciada no mundo dos negócios, mas fundamental: a humildade, afirmou o Conselho do Instituto Capitalismo Consciente Brasil.
É necessário entender que todas as companhias se encontram em período de adaptação e entendimento da agenda. As empresas mais ESG são aquelas que admitem que têm de, constantemente, rever seus processos e mudar suas jornadas. Esse é o momento vivido pela Kimberly-Clark Brasil, por exemplo. Em uma discussão durante o 3º Fórum Brasileiro do Capitalismo Consciente, a presidente da companhia destacou que as empresas estão passando por um processo de mudança para entender quais ações funcionam ou não para suas realidades. Ao rever os processos adotados pela empresa, verificou-se que a questão racial ainda era um ponto a ser trabalhado internamente. A empresa pensava que precisava de mudanças abruptas ou de alto investimento para alterar alguma situação, mas a questão estava na necessidade de alterar o processo pelo qual essas mudanças ocorreriam.
Para aumentar a quantidade de pessoas negras, por exemplo, a companhia adotou um processo às cegas na contratação de jovens aprendizes, o que teve resultado. O processo mudou o perfil para contratação. Agora, 55% dos estagiários são negros. O Grupo O Boticário afirmou ser preciso corrigir eventuais falhas que apareçam no percurso de implementação da agenda de diversidade na empresa. O amadurecimento de uma empresa rumo à pauta ESG é um processo. Sempre vai ter esse processo para que seja possível andar de forma produtiva e engajar as pessoas. Segundo o Itaú Unibanco, o mercado já aceita que as empresas não precisam, necessariamente, apresentar um projeto pronto, mas sim os processos pelos quais está passando e o que está sendo implementado. Elas precisam mostrar as suas vulnerabilidades até que, de fato, atinjam a meta.
Há 20 anos, quando as empresas estavam começando com essa agenda, era muito fácil dar publicidade a suas iniciativas. Com um ambiente regulatório e com os olhos do mundo voltados para essas pautas, as empresas vêm tendo mais receio de falar, justamente porque a construção não é bem-aceita pela sociedade. Se espera que as empresas estejam muito prontas para essas temáticas, sendo que é um processo. Para a consultoria Mais Diversidade, os ajustes ou mudanças que devem ser feitas para adaptação da agenda às empresas é um reflexo da temática nas companhias, considerando que a maioria das empresas brasileiras continua nos primeiros estágios da agenda ESG. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.