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05/Oct/2023

FMI elogia política econômica adotada pelo Brasil

O Fundo Monetário Internacional (FMI), no relatório “Perspectiva Econômica Global (WEO)” publicado nesta quarta-feira (04/10), reforçou o coro internacional e elogiou a decisão do Brasil de adotar uma meta de inflação contínua no lugar da chamada ano-calendário, em vigor desde 1999. No novo modelo, anunciado em junho/2023, o Banco Central (BC) segue perseguindo um alvo, mas a partir de um horizonte mais extenso, seguindo o sistema adotado em economias avançadas como os Estados Unidos e a Europa. Com a mudança, o Brasil passa a adotar uma meta contínua de inflação de 3% a partir de 2025, com bandas de tolerância de 1,5% para mais ou para menos. As metas anteriores foram mantidas inalteradas. Neste ano, o centro do alvo é de 3,25%. A recente decisão do Brasil de adotar uma meta contínua (em vez de ano-calendário) de inflação de 3% a partir de 2025 é um exemplo concreto de uma melhoria na eficácia operacional e na estratégia de comunicação, ajudando a reduzir a incerteza e a aumentar a eficácia da política monetária.

Além do Brasil, o FMI cita como outros exemplos de melhorias na comunicação da política monetária iniciativas dos bancos centrais do Uruguai e do Paquistão, que desde 2020 anunciam de maneira prévia os seus calendários de decisões, além do Chile e da Tailândia. O estudo avalia como as expectativas futuras impactam a inflação e a margem de manobra que os bancos centrais têm para conduzir o índice à meta, sem causar uma recessão em termos de crescimento econômico e emprego. Os bancos centrais podem incentivar as expectativas a serem mais prospectivas através de melhorias na independência, transparência e credibilidade da política monetária e através de uma comunicação mais clara e eficaz. Depois de o custo de vida ter atingido o patamar máximo em várias décadas em muitas economias em 2022, o índice global de inflação tem se reduzido, mas o núcleo, que exclui os voláteis preços de energias e alimentos, revela-se mais rígido em um cenário de aumento salarial.

O risco de a inflação elevada ficar incorporada nas expectativas e levar a decisões que mantêm a inflação elevada assombra os bancos centrais. As projeções futuras desempenham papel fundamental na conduta da inflação uma vez que têm impacto direto no consumo e investimentos e, consequentemente, nos preços e salários. Após o choque na esteira da pandemia, pesam, sobretudo, as expectativas de curto prazo. Mas, isso muda de país para país. A inflação nas economias avançadas normalmente aumenta cerca de 0,8% para cada aumento de 1% nas expectativas de curto prazo. Nos mercados emergentes, esse impacto é de apenas 0,4%. No caso das economias desenvolvidas, as expectativas de curto prazo são o principal motor para a dinâmica da inflação. No caso dos mercados emergentes, tal fator cresceu de importância, mas o passado segue tendo mais peso. Isto poderia refletir, em parte, a experiência inflacionária historicamente mais elevada e mais volátil em muitas destas economias. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.