03/Oct/2023
De acordo com estudo da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), o Brasil precisa investir anualmente, de forma sustentável, R$ 456 bilhões na indústria de transformação, por um período de 7 a 10 anos, para retornar ao mesmo patamar de produtividade da década de 1970. Há 50 anos, a produtividade do País era equivalente a 55% da registrada nos Estados Unidos (valor de referência para a economia brasileira). Foi o momento em que o Brasil ficou mais próximo do patamar norte-americano. Hoje, a produtividade está em torno de 20% e os investimentos na indústria de transformação representam apenas 2,6% do PIB, ante os 4,6% que são necessários para recuperar o tempo perdido.
A indústria de transformação é considerada estratégica para o desenvolvimento do País porque desempenha um papel de fortalecimento de todo o setor produtivo brasileiro, especialmente com seus investimentos em tecnologia e inovação. Apesar disso, os investimentos despencaram e chegaram ao piso de uma série histórica que começou em 1996. Em 2021, eles correspondiam a apenas 12,9% do total de investimentos no País. O valor mais alto ocorreu em 2007 e atingiu 21%. O quadro atual é grave. Só para cobrir a depreciação dos ativos dos investimentos feitos no passado, que ocorre com o passar dos anos, é necessário investir pelo menos 2,7% do PIB. Ou seja, o nível de investimento atual não é suficiente nem para recuperar o que já está depreciado. A queda é brutal.
A inspiração para o estudo partiu de dados divulgados pela Associação Brasileira da Infraestrutura e Indústrias de Base (Abdib), que mostram como está o investimento na infraestrutura e quanto seria preciso investir para suprir os gargalos nos mais diversos segmentos para cobrir a depreciação. Hoje, o investimento está concentrado na produção de bens intermediários. Um dos “achados” do levantamento é como a evolução do setor de fabricação de derivados de petróleo e combustíveis acabou distorcendo os dados globais, sobretudo antes de 2016, quando os investimentos eram maiores. O cenário é ainda pior desconsiderando a fabricação de coque, de produtos derivados de petróleo e de biocombustíveis. O coque é um combustível sólido obtido a partir da destilação do carvão mineral. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.