02/Oct/2023
De acordo com os dados mensais da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) divulgada na sexta-feira (29/09) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a taxa de desocupação no Brasil ficou em 7,8% no trimestre encerrado em agosto. Em igual período de 2022, a taxa de desemprego estava em 8,9%. No trimestre móvel até julho, a taxa de desocupação estava em 7,9%. A taxa de desocupação caiu de 8,3% no trimestre terminado em maio para 7,8% no trimestre encerrado em agosto, menor resultado desde fevereiro de 2015, quando foi de 7,5%. A taxa de desemprego foi a menor para trimestres até agosto desde 2014, quando ficou em 7,0%. No trimestre terminado em agosto de 2022, a taxa estava em 8,9%. A renda média real do trabalhador foi de R$ 2.947,00 no trimestre encerrado em agosto. O resultado representa alta de 4,60% em relação ao mesmo trimestre de 2022. A massa de renda real habitual paga aos ocupados somou R$ 288,9 bilhões no trimestre encerrado em agosto, alta de 5,50% ante igual período do ano passado.
No trimestre terminado em agosto, faltou trabalho para 20,234 milhões de pessoas no País. A população subutilizada desceu ao menor patamar desde o trimestre encerrado em fevereiro de 2016, quando somava 19,983 milhões de pessoas. A taxa composta de subutilização da força de trabalho passou de 18,2% no trimestre até maio de 2023 para 17,7% no trimestre até agosto. O resultado significa a menor taxa desde o trimestre encerrado em dezembro de 2015, quando ficou em 17,4%. O indicador inclui a taxa de desocupação, a taxa de subocupação por insuficiência de horas e a taxa da força de trabalho potencial, pessoas que não estão em busca de emprego, mas que estariam disponíveis para trabalhar. No trimestre até julho de 2022, a taxa de subutilização da força de trabalho estava em 20,9%. A população subutilizada caiu 2,2% ante o trimestre até maio, 463 mil pessoas a menos. Em relação ao trimestre até agosto de 2022, houve um recuo de 15,5%, menos 3,700 milhões de pessoas.
O Brasil registrou 3,576 milhões de pessoas em situação de desalento no trimestre encerrado em agosto. A população desalentada desceu ao menor patamar desde o trimestre encerrado em setembro de 2016, quando somava 3,5 milhões de pessoas. O resultado significa 150 mil desalentados a menos em relação ao trimestre encerrado em maio, um recuo de 4,0%. Em um ano, 692 mil pessoas deixaram a situação de desalento, queda de 16,2%. A população desalentada é definida como aquela que estava fora da força de trabalho por uma das seguintes razões: não conseguia trabalho, ou não tinha experiência, ou era muito jovem ou idosa, ou não encontrou trabalho na localidade - e que, se tivesse conseguido trabalho, estaria disponível para assumir a vaga. Os desalentados fazem parte da força de trabalho potencial. A taxa de subocupação por insuficiência de horas trabalhadas ficou em 5,3% no trimestre até agosto, ante 5,2% no trimestre até maio. Em todo o Brasil, há 5,271 milhões de trabalhadores subocupados por insuficiência de horas trabalhadas.
O indicador inclui as pessoas ocupadas com uma jornada inferior a 40 horas semanais que gostariam de trabalhar por um período maior. Na passagem do trimestre até maio para o trimestre até agosto, houve um aumento de 199 mil pessoas na população nessa condição. O País tem 1,106 milhão de pessoas subocupadas por insuficiência de horas trabalhadas a menos em um ano. O País registrou uma geração de 1,254 milhão de vagas no mercado de trabalho no trimestre até agosto em relação ao trimestre encerrado em maio, um aumento de 1,3% na ocupação. A população ocupada somou 99,653 milhões de pessoas no trimestre encerrado em agosto. Em um ano, mais 641 mil pessoas encontraram uma ocupação. A população desocupada recuou em 528 mil pessoas em um trimestre, totalizando 8,146 milhões de desempregados no trimestre até agosto. Em um ano, 1,277 milhão de pessoas deixaram o desemprego. A população desempregada desceu ao menor patamar desde o trimestre até junho de 2015, quando estava em 8,5 milhões de pessoas.
A população inativa somou 66,789 milhões de pessoas no trimestre encerrado em agosto, 347 mil a menos que no trimestre anterior. Em um ano, esse contingente aumentou em 2,168 milhões de pessoas. O nível da ocupação (percentual de pessoas ocupadas na população em idade de trabalhar) ficou em 57,0% no trimestre até agosto, ante 56,4% no trimestre até maio. No trimestre terminado em agosto de 2022, o nível da ocupação era de 57,1%. O trimestre encerrado em agosto de 2023 mostrou uma geração de 422 mil vagas com carteira assinada no setor privado em relação ao trimestre encerrado em maio. Na comparação com o mesmo trimestre de 2022, 1,273 milhão de vagas com carteira assinada foram criadas no setor privado. O total de pessoas trabalhando com carteira assinada no setor privado foi de 37,248 milhões no trimestre até agosto, maior contingente desde fevereiro de 2015, quando havia 37,288 milhões atuando nessa condição. A população trabalhando sem carteira assinada no setor privado alcançou 13,199 milhões, 266 mil a mais que no trimestre anterior. Em relação ao trimestre até agosto de 2022, foram criadas 39 mil vagas sem carteira no setor privado.
O trabalho por conta própria ganhou 140 mil pessoas em um trimestre, para um total de 25,359 milhões. O resultado significa 509 mil pessoas a menos atuando nessa condição em relação a um ano antes. O número de empregadores cresceu em 80 mil em um trimestre. Em relação a agosto de 2022, o total de empregadores é menor em 95 mil pessoas. O País teve um aumento de 161 mil pessoas no trabalho doméstico em um trimestre, para um total de 5,892 milhões de pessoas. Esse contingente é 41 mil pessoas maior que no ano anterior. O setor público teve 176 mil ocupados a mais no trimestre terminado em agosto ante o trimestre encerrado em maio.
Na comparação com o trimestre até agosto de 2022, foram abertas 144 mil vagas. O País registrou uma taxa de informalidade de 39,1% no mercado de trabalho no trimestre até agosto de 2023. Havia 38,933 milhões de trabalhadores atuando na informalidade no período. Em um trimestre, mais 613 mil pessoas passaram a atuar como trabalhadores informais. A geração de vagas no mercado de trabalho como um todo no período totalizou 1,254 milhão. Cerca de metade da geração de ocupação no trimestre veio da informalidade. Em um trimestre, na informalidade, houve elevação de 266 mil empregos sem carteira assinada no setor privado, de 176 mil trabalhadores domésticos sem carteira assinada, de 129 mil pessoas no trabalho por conta própria sem CNPJ, de 34 mil empregadores sem CNPJ e de 7 mil de pessoas no trabalho familiar auxiliar.
A população ocupada atuando na informalidade cresceu 1,6% em um trimestre. Em relação a um ano antes, o contingente de trabalhadores informais recuou em 374 mil pessoas, queda de 1,0%. Embora a taxa de informalidade permaneça elevada, o contingente de trabalhadores informais atuando no mercado de trabalho mostra tendência de estabilidade em relação aos trimestres anteriores, além de tendência de queda na comparação anual. Passado o período de recuperação das vagas perdidas na pandemia, que foi puxada num primeiro momento pela informalidade, o crescimento da ocupação atualmente se dá tanto pelas vias formais quanto informais. Agora é como se houvesse um compartilhamento. A informalidade não tem um megaprotagonismo desse crescimento da ocupação. Nove das dez atividades econômicas registraram contratações no trimestre encerrado em agosto.
Na passagem do trimestre terminado em maio para o trimestre encerrado em agosto, o único setor com demissões foi a indústria, 114 mil vagas a menos. Houve geração de postos de trabalho em alojamento e alimentação (119 mil), informação, comunicação e atividades financeiras, profissionais e administrativas (275 mil), administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais (422 mil), construção (27 mil), outros serviços (51 mil), comércio (189 mil), serviços domésticos (164 mil), agricultura (61 mil) e transporte e armazenagem (72 mil). Em relação ao patamar de um ano antes, as atividades com perdas foram a agricultura, que demitiu 446 mil trabalhadores, a construção, que dispensou 265 mil pessoas, o comércio (-246 mil vagas), a indústria (-110 mil) e outros serviços (-68 mil). Os demais setores contrataram: administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais (699 mil trabalhadores a mais), alojamento e alimentação (213 mil), informação, comunicação e atividades financeiras (596 mil), transporte (230 mil) e serviços domésticos (34 mil). Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.