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02/Oct/2023

Taxonomia fará o Brasil decolar em títulos verdes

Segundo a Climate Bonds Initiative (CBI), uma ONG internacional, com sede em Londres, e que é uma referência no mundo por trabalhar para mobilizar capital global para ação climática, a criação de uma taxonomia soberana para ativos e bens sustentáveis, cuja consulta pública para um plano de ação foi aberta na semana passada pelo Ministério da Fazenda, tem todas as condições de fazer o Brasil decolar no mercado de títulos verdes. Agora, há chance de ver uma mudança realmente acontecer no Brasil. Por falta de uma referência do governo, empresas e bancos começaram a desenvolver uma taxonomia própria para não perder negócios internos e com agentes no Exterior, mas contar com uma referência no País facilita e estimula as transações. Taxonomia é um termo emprestado da biologia e, no caso de ativos, trata-se de uma classificação de atividades econômicas levando em consideração seu impacto ambiental, social e de governança (conhecido como ESG).

É tida como uma ferramenta eficaz contra o greenwashing, que é a prática desleal de considerar ativos ruins como sustentáveis quando não são. Não há uma dependência da taxonomia para que o Brasil possa avançar em ações favoráveis ao combate às mudanças climáticas, pois alguns papéis já foram lançados pelo setor privado nos últimos anos. Mas, a oferta tende a melhorar. Até porque um conjunto de regras soberanas passa a ser uma referência para todos os atores interessados no tema e dá mais segurança aos investidores. O atual governo tornou-se mais ativista e muitas áreas têm sido financiadas como anteriormente, por isso não é dependência. O Brasil voltou a receber, por exemplo, financiamento externo para preservação da Amazônia, uma prática que havia sido suspensa no governo anterior. Mas, ter uma orientação local tornará mais fácil para os emissores domésticos de títulos verdes e outros que estão emergindo serem honestos com todos. Para conceder seu "selo de qualidade" de um ativo, a CBI solicita relatórios com três escopos de referências, o que torna a obtenção da aprovação complicada para muitas empresas.

A taxonomia torna isso simples, pois funciona como uma espécie de "lista de compras" para os interessados. As ações recentes do governo nessa área, como a abertura de consulta pública para taxonomia e o roadshow para a primeira emissão de títulos públicos sustentáveis, por exemplo, já mostram uma aceleração na mudança de grau de capital nas menções da taxonomia governamental brasileira. O modelo brasileiro deve ser um mix entre os padrões já adotados na União Europeia, México e Colômbia. Além de trazer questões ligadas à área social, a equipe econômica tem como certo que o padrão doméstico incluirá a agricultura, maior potência da atividade local e cada vez mais usuária de práticas sustentáveis. O Brasil não está tão atrasado. Os Estados Unidos, por exemplo, a maior potência do mundo, ainda não tem uma taxonomia e a União Europeia não aborda o setor agrícola. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.