29/Sep/2023
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva expôs em discurso na quarta-feira (27/09) a vontade de esvaziar Brics e G7 em nome de um ganho de importância do G20. O Brasil vem tendo uma série de desgastes nesses dois primeiros blocos, mas presidirá o G20 no ano que vem e terá maior poder de pauta no grupo. Além disso, o grupo ampliado é mais diverso e tem mais integrantes com interesses comuns com o Brasil. O Brasil já participa do G20, que é hoje o fórum governamental mais importante. No fundo, ele deveria substituir os Brics e o G7, declarou Lula em cerimônia no Palácio do Planalto.
O principal revés internacional do Brasil nos últimos meses envolveu o Brics. A China usou o poder que ganhou dentro do bloco nos últimos anos com seu crescimento econômico para bancar uma expansão considerada "forçada" pelos governos brasileiro e indiano no caso de alguns novos membros. Certamente, o Brasil não saiu campeão. Argentina, Egito, Irã, Etiópia e Emirados Árabes Unidos passaram a fazer parte do Brics, o que transmitiu uma mensagem de bloco antiocidente. Também há descontentamento com o G7, que reúne países tradicionalmente mais ricos, por causa da falta de apoio para reformar o Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU).
A reivindicação por um assento permanente no colegiado é pauta antiga do Brasil, mas vem sendo repetida pelo mandatário em todas as oportunidades que teve nos primeiros nove meses de governo, em suas viagens internacionais. Na mesma linha do Conselho de Segurança, o Brasil quer reformar instituições multilaterais, abrindo espaço para nações emergentes. Algumas das maiores potências até têm acenado positivamente, mas nada mudou até aqui nas últimas décadas. Além disso, há divergências com o G7 sobre a guerra entre Rússia e Ucrânia.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem defendido que negociações de paz comecem logo. Os Estados Unidos e aliados europeus, principalmente os do G7, têm fornecido dinheiro, armas e equipamentos para o esforço de guerra ucraniano. Lula se negou a enviar munições à Ucrânia, um pedido que havia sido feito pela Alemanha. Ele falou sobre o assunto ao lado do chanceler alemão, Olaf Scholz, durante visita do líder estrangeiro ao Palácio do Planalto, em janeiro deste ano. Lula costuma dizer que é preciso mais líderes mundiais discutirem uma solução para o conflito. Para o Fundo Monetário Internacional (FMI), esforços de melhorar e expandir a cooperação internacional a exemplo da recente ampliação do Brics são bem-vindos.
Contudo, tais iniciativas para serem positivas devem caminhar na direção de reduzir a fragmentação dos mercados, melhorar o comércio e reduzir custos. Se os países se unirem e isso apoiar a cooperação e colaboração entre eles, então isso é algo que O FMI apoia. O FMI quer evitar é a fragmentação da economia global, pois isso custaria caro para a economia mundial. Estudo do FMI indica que a fragmentação global poderia encolher a economia global em 7% no longo prazo. O impacto equivale ao tamanho da economia da Alemanha ou do Japão. Portanto, há alerta contra o custo da fragmentação. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.