29/Sep/2023
A taxa de pobreza na Argentina aumentou de 39,2% no segundo semestre de 2022 para 40,1% na primeira metade deste ano, informou o Instituto Nacional de Estatísticas e Censos (Indec) na quarta-feira (27/09). O montante leva em consideração 31 aglomerados urbanos e equivale a 11,8 milhões de pessoas abaixo da linha da pobreza. A agência de estatísticas revelou ainda que 9,3% da população argentina estava em situação de miséria, o que representa 2,7 milhões de indivíduos. No total, quase 30% dos domicílios argentinos são considerados pobres e 9,3% estão na faixa da miséria.
Os números indicam as consequências da crise econômica que se abateu sobre o país, que enfrentou uma seca histórica no começo do ano. Como resultado, a inflação atingiu taxa anual de inflação superior a 100% e o governo foi forçado a promover um choque de desvalorização do peso argentino. A economia é o tema que domina a campanha para as eleições presidenciais marcadas para outubro. Em agosto, o candidato ultraliberal, Javier Milei, teve desempenho surpreendente nas primárias e ameaça impedir a manutenção do peronismo no governo, representado pelo ministro da Economia, Sergio Massa.
O Fundo Monetário Internacional (FMI) afirmou que a situação na Argentina continua muito desafiadora e complexa. A inflação está muito alta e subindo. As reservas são baixas e as condições sociais são frágeis. As recentes medidas anunciadas na Argentina aumentam os desafios do país. O FMI trabalha para compreender e avaliar melhor o impacto das medidas recentes e, em seguida, a necessidade de ações compensatórias que possam ser tomadas para reforçar a estabilidade e salvaguardar os objetivos do programa do Fundo. Quanto à possibilidade de o FMI revisar novamente o acordo com a Argentina, ainda é muito cedo. O programa de US$ 44 bilhões já foi revisado seis vezes. Nas últimas mudanças, foi liberado o desembolso de US$ 7,5 bilhões.
O objetivo do FMI continua sendo ajudar a Argentina a salvaguardar a estabilidade e a proteger os mais vulneráveis durante estes "tempos difíceis". É do interesse do Fundo e dos seus membros continuar a trabalhar em conjunto com a Argentina com um consenso político e social tão mais amplo quanto possível para ajudar a garantir a estabilidade e a prosperidade do país. Sobre o plano de dolarizar a Argentina, proposto pelo candidato ultraliberal Javier Milei, Kozack, o FMI disse que isso exige passos preparatórios importantes e não substitui a necessidade de políticas macroeconômicas sólidas na Argentina. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.