27/Sep/2023
Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo - 15 (IPCA-15) subiu 0,35% em setembro, após ter avançado 0,28% em agosto. Com o resultado, o IPCA-15 registrou um aumento de 3,74% no acumulado do ano. Em 12 meses, a alta foi de 5,00%, ante taxa de 4,24% até agosto. A alta de 0,35% registrada em setembro fez a taxa acumulada em 12 meses voltar a acelerar pelo segundo mês consecutivo. O IPCA-15 de setembro foi o mais elevado desde maio deste ano, quando foi de 0,51%. Em setembro de 2022, o IPCA-15 tinha registrado recuo de 0,37%, sob influência do corte de impostos sobre combustíveis e energia elétrica. Como resultado, a taxa do IPCA-15 acumulada em 12 meses acelerou de 4,24% em agosto para 5,00% em setembro de 2023, resultado mais elevado desde março deste ano, quando estava em 5,36%. Os preços de Alimentação e bebidas caíram 0,77% em setembro, após queda de 0,65% em agosto. O grupo deu uma contribuição negativa de 0,16% para o IPCA-15, que subiu 0,35% no mês.
Entre os componentes do grupo, a alimentação no domicílio teve queda de 1,25% em setembro, após ter recuado 0,99% no mês anterior. A alimentação fora do domicílio subiu 0,46%, ante alta de 0,22% em agosto. As famílias brasileiras voltaram a gastar menos com alimentação em setembro. Os preços do grupo alimentação e bebidas já recuaram 0,22% no acumulado do ano, ajudando a conter a inflação no País no período. O custo da alimentação no domicílio caiu 1,89% de janeiro a setembro de 2023. Os tubérculos, raízes e legumes ficaram 16,17% mais baratos, e os preços das carnes diminuíram 10,72% neste ano. Aves e ovos acumulam queda de 6,72%, e óleos e gorduras recuaram 15,69%. As famílias pagaram menos pela batata-inglesa (-10,51%), cebola (-9,51%), feijão-carioca (-8,13%), leite longa vida (-3,45%), carnes (-2,73%) e frango em pedaços (-1,99%). Por outro lado, houve alta nos preços do arroz (2,45%) e das frutas (0,40%), com destaque para o limão (32,20%) e a banana-d'água (4,36%). A alimentação fora do domicílio subiu 0,46% em setembro. O lanche aumentou 0,74%, e a refeição fora de casa teve elevação de 0,35%. Os preços de Transportes subiram 2,02% em setembro, após alta de 0,23% em agosto.
O grupo deu uma contribuição positiva de 0,41% para o IPCA-15. Os preços de combustíveis tiveram alta de 4,85% em setembro, após avanço de 0,46% no mês anterior. A gasolina subiu 5,18%, após ter registrado alta de 0,90% em agosto, enquanto o etanol recuou 1,41% nesta leitura, após queda de 2,55% na última. A alta no preço da gasolina respondeu sozinha por aproximadamente 72% da prévia da inflação oficial no País em setembro. Pressionados também pelas altas nas passagens aéreas e no óleo diesel. O resultado do grupo foi impulsionado pelo avanço de 5,18% no preço da gasolina, subitem de maior impacto individual no índice do mês, 0,25%. Os combustíveis em geral subiram 4,85% em setembro. O óleo diesel aumentou 17,93%, e o gás veicular subiu 0,05%. O etanol teve queda de 1,41%. As passagens aéreas aumentaram 13,29% em setembro. O táxi subiu 0,19%. O ônibus intermunicipal aumentou 1,05%. Os gastos das famílias brasileiras com Habitação passaram de uma elevação de 1,08% em agosto para um aumento de 0,30% em setembro, uma contribuição positiva de 0,05% para IPCA-15. O destaque no grupo foi a alta de 0,66% na energia elétrica residencial. A taxa de água e esgoto subiu 0,12%. O gás encanado recuou 0,46%.
Os gastos das famílias brasileiras com Saúde e cuidados pessoais passaram de uma elevação de 0,81% em agosto para uma alta de 0,17% em setembro, uma contribuição positiva de 0,02% para o IPCA-15) deste mês. O movimento foi impulsionado pela alta de 0,71% no item plano de saúde, “decorrente dos reajustes autorizados pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) para os planos contratados antes da Lei nº 9.656/98, com vigência retroativa a partir de julho. Desse modo, no IPCA-15 de setembro foram apropriadas as frações mensais dos planos antigos relativas aos meses de julho, agosto e setembro. Três dos nove grupos de produtos e serviços que integram o IPCA-15 registraram quedas de preços em setembro. Os recuos ocorreram em Alimentação e bebidas (-0,77%, impacto de -0,16%), Artigos de residência (-0,47%, impacto de -0,02%) e Comunicação (-0,15%, impacto de -0,01%). Os grupos com aumentos foram Transportes (2,02% e impacto de 0,41%), Habitação (0,30%, impacto de 0,05%), Educação (0,05%, impacto de 0,00%), Despesas pessoais (0,35%, impacto de 0,04%), Saúde e cuidados pessoais (0,17%, impacto de 0,02%) e Vestuário (0,41%, impacto de 0,02%).
O resultado geral do IPCA-15 em setembro foi decorrente de altas de preços em 10 das 11 regiões pesquisadas. A alta de 5,18% na gasolina fez o item exercer a maior pressão sobre a prévia da inflação oficial em setembro. Também figuraram no ranking de maiores pressões sobre o IPCA-15 de setembro os itens passagem aérea (0,08%), emplacamento e licença (0,05%), óleo diesel (0,04%), plano de saúde (0,03%), energia elétrica (0,03%) e condomínio (0,02%). Na direção oposta, o leite longa vida foi o item de maior influência negativa sobre a inflação de setembro, com queda de 3,45% e contribuição de -0,03%. Outros itens no ranking de maiores alívios sobre o IPCA-15 do mês foram mamão (-0,02%), batata-inglesa (-0,02%), cebola (-0,01%), frango em pedaços (-0,01%), ovo de galinha (-0,01%), queijo (-0,01%) e feijão-carioca (-0,01%).
Segundo a Quantitas, o IPCA-15 de setembro corrobora a percepção de que a inflação corrente continua com dinâmica benigna e não deve ser um problema severo para a economia brasileira. O IPCA-15 foi misto, com várias sutilezas no número. Mas, no líquido, parece que dá continuidade à tendência benigna. Destaque para a queda da difusão do índice, de cerca de 50% em agosto para perto de 40% nesta leitura. Na comparação com o IPCA fechado de setembro, setores importantes de serviços, como serviços pessoais, aceleraram, embora a inflação do grupo tenha sido mitigada por quedas em outros segmentos. A parte mais positiva desta leitura foi a parte de bens: nas últimas leituras tinha sido dominada por veículos, mas, agora, tivemos surpresas benignas em vários bens duráveis e não duráveis. Isso ajudou a colocar a difusão total para baixo, que é uma boa notícia para o Banco Central. Teria de haver uma atividade mais fraca para inflação ficar abaixo de 4%, e não parece que seja o caso, com o PIB de 2024 sendo revisado para cima. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.