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15/Sep/2023

Aliança Rússia-Coreia do Norte preocupa Ocidente

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, conseguiu uma façanha. Fez o presidente da Coreia do Norte, Kim Jong-un, ir encontrá-lo em Vladivostok. Em pauta, uma possível ajuda da Coreia do Norte à Rússia na guerra na Ucrânia, sobretudo com munições. Em troca, a Coreia do Norte obteria tecnologia para seu programa de mísseis. Essa aliança traz novas implicações para o conflito na Ucrânia e para o balanço de poder na Ásia. O encontro é o ápice de uma reaproximação ensaiada com o apoio da China. A Rússia enfrenta gargalos de infraestrutura militar, principalmente na produção de peças de artilharia.

Há 70 anos em prontidão para o combate, a Coreia do Norte tem estoques de sobra, ainda que com peças arcaicas. O temor do Ocidente é que, em troca, o norte-coreano ganhe acesso à tecnologia avançada russa para seu programa nuclear. Para o Council on Foreign Relations, a nova relação entre Coreia do Norte e Rússia possibilita trocas de armamentos, incluindo tecnologias que os norte-coreanos há muito desejam, mas não têm acesso devido à adesão da China e da Rússia às sanções. Um acordo desse tipo seria impensável há alguns anos.

Rússia e China permitiam a adoção de punições à Coreia do Norte na Organização das Nações Unidas (ONU). Mas, segundo o Centro de Estudos Internacionais e Estratégicos, Putin e Xi Jinping chegaram à conclusão de que o Ocidente se tornou uma ameaça maior. Por isso, ampliaram laços diplomáticos, militares e econômicos. Desde a invasão da Ucrânia, o comércio entre Rússia e China bateu recorde e chegou a US$ 190 bilhões. A China se tornou destino preferencial das exportações russas, aliviando o impacto das sanções.

Na diplomacia, China e Rússia buscaram apoio do Sul Global. O objetivo é bloquear a agenda Ocidental. Para isso, a dupla tenta ganhar espaço na África, Ásia e América Latina, com o auxílio de investimentos, apoio diplomático e às vezes até militar. Mas, a aposta mais promissora é o Brics. O grupo é o principal meio para China e Rússia criarem uma rede de influência que liga cada vez mais países importantes. Na cúpula de agosto, o Brics recebeu a adesão de Irã, Egito, Arábia Saudita, Argentina, Etiópia e Emirados. Mais interessados estão na fila. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.