13/Sep/2023
O economista Joseph Stiglitz, prêmio Nobel de Economia e professor da Universidade de Columbia, afirmou que o presidente brasileiro Luiz Inácio da Silva precisa passar uma mensagem ao mundo durante a presidência do G20 e na COP30, em 2025, de que a agenda de transição climática depende de esforço global. Segundo Stiglitz, os países avançados só estão preocupados com as suas próprias metas de descarbonização, prejudicando em alguns casos países emergentes. A partir de 1º de dezembro, o Brasil assume a presidência do G20 e vai sediar a Conferência do Clima da ONU (COP) de 2025, a ser realizada em Belém (PA). A liderança do Brasil na COP30 e no G20 pode ter papel vital da reestruturação global para uma economia verde mais justa, forte e sustentável e pode ajudar também o País. Na agenda verde, a Europa e os Estados Unidos só querem solucionar os problemas deles, mas estão dificultando a transição para economias emergentes, o que é um aspecto da desigualdade global na transição climática.
Ele criticou os europeus pelas políticas verdes duras, que dificultam a exportação de produtos brasileiros e de outros emergentes, como a Indonésia. A Europa baniu a compra de óleo de palma da Indonésia por ser considerado "sujo", mesmo com as medidas que estão sendo tomadas pelo país para transformar a produção. "Como o mundo vai responder ao novo protecionismo verde em certos países?", questionou. Isso é ruim para a transição verde global. É uma mensagem que o presidente Lula precisa passar a todos, é uma noção de realidade. O ganhador do Nobel destacou que uma política robusta de combate climático leva a um crescimento econômico também mais forte, especialmente no Brasil, onde a preservação da Amazônia é crucial para a regulação pluviométrica do restante do País.
Se não houver chuvas, não haverá colheitas. Há claro link entre a preservação da Amazônia e o crescimento da agroindústria. O enfraquecimento da Amazônia teria impactos desastrosos para o resto do País. Stiglitz ainda fez recomendações de políticas importantes a serem adotadas no Brasil, como a redução das taxas de juros, uma das mais altas em termos reais do mundo, para financiar a transição verde, e o fortalecimento do BNDES, assim como a criação de outros bancos de desenvolvimento verde, talvez no âmbito dos Brics. Outro ponto crucial é o desenvolvimento do mercado de carbono e o estabelecimento de um preço bastante elevado, de US$ 100,00 por tonelada ou mais. O economista também citou como importante a participação do setor público nessa agenda. Não se pode deixar só para o mercado. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.