12/Sep/2023

A escassez de dólares já afeta o dia a dia dos argentinos. Com entraves cada vez maiores para a importação de produtos, o país sente os efeitos da falta de insumos médicos, remédios, automóveis, materiais de construção e até de alimentos, como palmito, abacaxi e atum, entre outros. A falta de insumos médicos já adia cirurgias. Nas concessionárias, são poucos os automóveis expostos: não há carros disponíveis para venda nem previsão de quando a situação vai se normalizar.

Este mês, a Fundação Favaloro, uma das clínicas privadas mais importantes de Buenos Aires, teve de reprogramar uma cirurgia porque não contava com uma válvula específica para operar uma artéria pulmonar. O país importa 100% dos insumos médicos que utiliza. Nos sistemas público e privado, já não se encontra o líquido usado para tomografias com contraste e cateteres. Fontes empresariais confirmaram que, desde julho, a escassez de divisas chegou a um ponto tão dramático que o governo ‘fechou a torneira’ para todo produto acabado importado. A decisão terminou afetando também as companhias nacionais, que, em muitos casos, não conseguem insumos básicos para manter a própria produção.

Cerca de 200 economistas e professores publicaram carta rebatendo a proposta do candidato à presidência da Argentina Javier Milei de dolarizar a economia do país. No documento, o grupo afirma que a medida seria imprudente e que, tanto a experiência internacional quando a situação da própria Argentina mostra que a iniciativa está longe de ser uma panaceia e poderá gerar uma série de dificuldades de imediato e no futuro. Milei foi o candidato com melhor resultado nas primárias realizadas em agosto. O país vizinho decide seu próximo mandatário em outubro. Fonte: O Globo e La Nación. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.