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12/Sep/2023

G20: “Um mundo justo e um planeta sustentável”

A presidência rotativa do grupo das 20 maiores economias do globo (G20) no Brasil no ano que vem terá o lema "Construindo um Mundo Justo e um Planeta Sustentável". O anúncio foi feito pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva em seu terceiro e último discurso no encerramento da cúpula de líderes do G20, que ocorreu neste fim de semana, em Nova Délhi. O chefe do Executivo também pontuou quais serão as três prioridades da presidência brasileira: inclusão social e combate à fome; transição energética e desenvolvimento sustentável em suas três vertentes (social, econômica e ambiental) e reforma das instituições de governança global. O mandatário comentou também que duas forças tarefas serão criadas: a Aliança Global contra a Fome e a Pobreza; e a Mobilização Global contra a Mudança do Clima. Segundo Lula, é preciso redobrar os esforços para alcançar a meta de acabar com a fome no mundo até 2030, caso contrário os países estarão diante do maior fracasso multilateral dos últimos anos.

Lula lembrou que o G20 se consolidou há 15 anos como uma das principais instâncias de governança global na esteira de uma crise que abalou a economia mundial. A atuação conjunta permitiu enfrentar os momentos mais críticos, mas foi insuficiente para corrigir os equívocos estruturais do neoliberalismo. Para o presidente brasileiro, a arquitetura financeira global mudou pouco e as bases de uma nova governança econômica não foram lançadas. O governante disse que novas urgências surgiram e que os desafios se acumularam e se agravaram. A situação atual do mundo hoje é de riqueza mais concentrada, milhões de seres humanos passam fome, o desenvolvimento sustentável está ameaçado, mas as instituições de governança ainda refletem a realidade de meados do século passado. O chefe do Executivo analisou em seguida que esses problemas apenas conseguirão ser enfrentados se a questão da desigualdade for tratada.

Lula mencionou a desigualdade de renda, de acesso à saúde, educação e alimentação, de gênero e raça e de representação. O presidente voltou a dizer que essas diferenças estão na origem de todas essas anomalias. Para fazer a diferença, é preciso colocar a redução das desigualdades no centro da agenda internacional. Lula agradeceu os esforços da Índia em dar voz a temas de interesse dos países emergentes e aproveitou o momento para dar as boas-vindas à União Africana como membro pleno do G20. As economias mais avançadas do globo estão incomodadas com a longa sequência de presidências rotativas de países emergentes na organização do grupo das 20 maiores economias do mundo (G20). Depois da Índia, o Brasil sediará o evento no ano que vem, seguido pela África do Sul. No ano passado, foi a vez de a Indonésia ser o anfitrião. Os países desenvolvidos estão preocupados em não terem uma posição de destaque no G20 justamente em um momento que a China avança econômica e politicamente sobre o globo.

A atuação do gigante asiático não deixou dúvidas durante a reunião dos Brics, ocorrida na África do Sul, quando foi decidido ampliar o agrupamento de cinco para 11 membros, apesar de alguma resistência do Brasil e da Índia. No total, serão quatro edições seguidas capitaneadas por países considerados em desenvolvimento. No próximo ciclo, em 2026, os Estados Unidos ficarão com a presidência rotativa do grupo. O evento da Indonésia foi precedido pelo da Itália. Um ano antes, os encontros foram realizados na Arábia Saudita. Por causa da pandemia de Covid-19, no entanto, as reuniões foram feitas apenas virtualmente. Tanto que o país já pleiteia novamente uma nova edição em seu território, alegando que o formato convencional acabou não sendo realizado por questões que estavam fora do poder do país. Essa sequência de quatro países emergentes ocorreu por dois motivos.

O primeiro é porque são maioria no grupo, já que União Europeia, por exemplo, é tida como um conglomerado, ainda que alguns países do continente tenham assento individual no G20. Outro porquê as primeiras reuniões de cúpula do G20, formato atual que começou a valer numa emergência para tratar da crise financeira internacional, foram feitas nos territórios mais ricos do globo. Em 2008, quando a crise começou, o evento foi realizado no Brasil, mas era constituído apenas em nível ministerial. A partir daquele ano, os governantes também passaram a ter agenda nas atividades do grupo. A primeira reunião de líderes foi realizada nos Estados Unidos de forma urgente e improvisada. A estreia das reuniões como são hoje ocorreu no Reino Unido, sendo seguido por Estados Unidos e Canadá. Na sequência, houve alguma alternância: Coreia do Sul, França, México, Rússia, Austrália, Turquia, China, Alemanha e Argentina. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.