06/Sep/2023
A divulgação de dados econômicos fracos na China e na zona do euro elevou as preocupações em torno do crescimento global e fez os investidores buscarem a segurança do dólar nesta terça-feira (05/09), o que determinou a alta da moeda norte-americana ante o Real. O dólar fechou a R$ 4,97, com alta de 0,85%. No início da sessão, os mercados já repercutiam a divulgação de novos dados econômicos decepcionantes na China, um dos maiores importadores de commodities do mundo. O Índice de Gerentes de Compras (PMI) de serviços do Caixin/S&P Global caiu para 51,8 em agosto, ante 54,1 em julho, na leitura mais baixa desde dezembro, quando a Covid-19 confinou muitos chineses em suas casas. A marca de 50 separa expansão de contração da atividade.
Os PMIs da zona do euro mostraram retração mais profunda que o esperado em agosto. O Índice de Gerentes de Compras (PMI) composto final do HCOB, compilado pela S&P Global, caiu para 46,7 em agosto, ante 48,6 de julho. A estimativa preliminar era de 47,0. O PMI de serviços caiu para 47,9, ante 50,9 em julho e abaixo da preliminar de 48,3. Os números da China e da zona do euro dispararam a busca global por ativos de menor risco, como o dólar, em detrimento de ativos mais arriscados, como as divisas ligadas a commodities. Com isso, o dólar subiu durante todo o dia no Brasil. Na cotação mínima da sessão, a moeda marcou R$ 4,95 (+0,43%) e, na máxima, atingiu R$ 4,98 (+1,08%). Segundo a Manchester Investimentos, a China é um grande comprador de mercadorias, assim como vendedor.
Problemas no país acabam afetando o mercado como um todo. Nesta terça-feira (05/09), observou-se uma preocupação que traz aversão ao risco. Mas, as notícias internas também não ajudam. Os receios de que o governo Lula não seja capaz de entregar um resultado primário zerado em 2024, como indicado no Orçamento enviado ao Congresso, seguem dando certa sustentação ao dólar ante o Real. O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, voltou a afirmar que o mundo inteiro está olhando para o cenário fiscal e seus efeitos sobre a política monetária, o que coloca "a barra um pouquinho mais alta" inclusive para o Brasil. Ao analisar a situação da China, ele afirmou que “curiosamente” a percepção de crescimento mais baixo do país não está afetando muito os preços das commodities.
No exterior, o dólar seguia em alta ante praticamente todas as demais divisas, na esteira dos números decepcionantes da China e da Europa. O DXY (índice do dólar ante uma cesta de moedas fortes) está em alta forte, o que evidencia uma demanda pela moeda norte-americana, com investidores em busca de proteção. Segundo a FB Capital, também se observa uma resiliência da maior economia dos Estados Unidos, o que contribui para isso. O índice do dólar, que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas, subia 0,64%, a 104,820. O Banco Central vendeu todos os 16.000 contratos de swap cambial tradicional ofertados na rolagem dos vencimentos de novembro. Fonte: Reuters. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.