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31/Aug/2023

Setor produtivo reforça seu apoio a Carlos Fávaro

Em meio à ofensiva do Centrão e de parlamentares ligados ao presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), sobre o Ministério da Agricultura, representantes do setor produtivo buscam reforçar o apoio ao ministro Carlos Fávaro. A Pasta tem sido alvo de especulações pelo Progressistas, que visa ganhar maior espaço na reforma ministerial a ser feita pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva e deseja um ministério que atenda a demandas de suas bases eleitorais, caso da Agricultura. Líderes de entidades do agronegócio se manifestam contrários, nos bastidores, a uma eventual mudança e levam a parlamentares ligados aos seus setores e regiões o desejo de que Carlos Fávaro permaneça. Eles rejeitam o uso da Pasta como moeda de troca na negociação com o PP. A mensagem tem sido repassada por entidades que percorreram gabinetes na capital federal nesta quarta-feira (30/08).

A demonstração de apoio foi notada na terça-feira (29/08) em Brasília, com a presença de cerca de 30 entidades setoriais em uma reunião ampliada de 5 horas do ministro com os representantes de classe. Nos bastidores do encontro, o clima era de apoio irrestrito a Fávaro, com frequentes elogios à condução que o ministro tem feito na Pasta e na mediação de questões sensíveis ao setor, como a pauta dos defensivos agrícolas. As entidades salientaram o apoio e a presença na reunião mostrou isso. A percepção é de que o ministro é aberto a conversas e resolve os problemas. O setor não quer outro ministro. Lideranças do setor rechaçam a possibilidade de a Pasta entrar em eventual acordo para acomodação do Centrão. O ministro da Agricultura não será leiloado por acordo político, reforçam. O intuito é o fortalecimento do Ministério da Agricultura com o ministro que entende do setor e das demandas do agro.

O perfil conciliador, aberto ao diálogo e o fato de ser produtor rural também é destacado pelos apoiadores. Interlocutores próximos ao ministro avaliam que a "fritura" de Carlos Fávaro parte diretamente de Lira, que demonstrou descontentamento com o fato de o ministro ter empenhado R$ 135 milhões em emendas para municípios de Mato Grosso. A Pasta alega que o repasse havia sido acordado com a Casa Civil sobretudo para investimentos em estradas vicinais em regiões agrícolas. O desgaste cresceu na última semana quando o presidente da Câmara criticou o repasse publicamente. A Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) busca ficar neutra no atrito entre Fávaro e Lira, mas não vai se indispor com Lira. O presidente da FPA, deputado federal Pedro Lupion (PP-PR), já defendeu publicamente que o Ministério da Agricultura respeite a destinação de emendas repassada pelos deputados.

Parlamentares da bancada ruralista afirmam que veem o desgaste crescer, porém ponderam que evitarão se envolver na questão, o que significa tanto que não irão endossar o movimento de Lira quanto não irão se opor a eventual movimentação. A preocupação é que essas especulações todas atrasem medidas necessárias governo em momento delicado do setor, como a crise do leite. A relação do ministro com a bancada ruralista melhorou expressivamente em relação ao início do ano, mas questionam a atuação do ministro relacionada ao pleito pelo setor do seguro rural, a qual chamam de inércia, e algumas de suas declarações que legitimaram a pauta do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) na CPI do MST. No Palácio do Planalto e internamente no PSD não há qualquer cogitação de troca do ministro. Fávaro possui "prestígio" com Lula e tem ajudado a distensionar a relação do presidente com o agronegócio. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.