29/Aug/2023

Segundo a MacroSetor, a receita agrícola brasileira deve cair 5% neste ano em relação a 2022, para R$ 938,8 bilhões, apesar do aumento da produção. No ano passado, a receita do setor atingiu R$ 988 bilhões. O principal motivo para o recuo é o arrefecimento dos preços internacionais dos grãos, sobretudo de 33% de milho e 23% de soja em julho deste ano na comparação com o ano anterior. A sustentação em bom patamar das cotações internacionais das commodities softs (açúcar, laranja, fumo) tende a compensar o declínio da receita do setor. Em julho, a previsão era de queda de 4% no indicador.

A receita das lavouras de grãos deve passar de R$ 645,8 bilhões em 2022 para R$ 597,4 bilhões este ano, enquanto a produção tende a aumentar de 265,7 milhões de toneladas para 311,6 milhões de toneladas. Segundo a previsão, a receita gerada pelas vendas de soja deve somar R$ 393,1 bilhões e a de milho R$ 137,8 bilhões. Neste ano, os preços internacionais de grãos apresentam tendência declinante, por causa da ampliação de sua oferta global e elevação dos juros nas principais economias mundiais no biênio 2022-2023, contribuindo para a baixa de preço de importantes commodities agrícolas (soja, milho, algodão etc.) nos mercados futuros.

A receita agrícola de lavouras permanentes deve subir de R$ 209,2 bilhões para R$ 219,0 bilhões. Terá desempenho favorável o faturamento agrícola das produções de cana-de-açúcar, laranja e fumo, que devem crescer, respectivamente, 7% (para R$ 97,1 bilhões), 16% (para R$ 53,9 bilhões) e 35% (para R$ 19,2 bilhões) este ano contra 2022. Entre os cultivos permanentes, apenas a receita agrícola obtida com as vendas de café deve retrair, de 15%, para R$ 48,8 bilhões, em virtude do recuo dos preços globais da commodity. De acordo com a MacroSector, em 2022, a receita agrícola cresceu 12,4% ante 2021, alcançando R$ 988,0 bilhões. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.