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29/Aug/2023

Brasil: indústria carece de mão de obra qualificada

A escassez de mão de obra qualificada ainda é a maior barreira para o avanço da automação e da digitalização da produção industrial no País. Para a KPMG no Brasil, muitas empresas já têm dispositivos de última geração, mas não conseguem produzir mais em razão do não aproveitamento de tudo o que está disponível nessas ferramentas. Não adianta ficar só no nível executivo; precisa ter o pessoal operacional envolvido. Contudo, a tendência no longo prazo é de o 5G se espalhar, até porque a tecnologia deve ficar mais barata. Entre os setores que estão mais avançados na digitalização, estão o da agroindústria, saúde, robótica e automotivo. No caso da Nestlé, o 5G é um ótimo acelerador do processo de digitalização e automação, mas o que ajudou a chegar no nível atual de maturidade tecnológica tão rapidamente foi a base adquirida anteriormente. A companhia “ainda está na metade do caminho” e não tem previsão de quando atingirá o nível de autonomia total.

A Nestlé tem 20 unidades industriais no Brasil em 8 Estados e emprega 30 mil funcionários, 1.360 deles em Caçapava (SP). A fábrica foi escalada para testar as novas tecnologias de produção que são repassadas para as demais. Entre este ano e 2026, a companhia vai investir R$ 2,7 bilhões, sendo que 40% do valor ficará nessa planta para projetos de modernização, ampliação de capacidade, inovação, desenvolvimento de novos produtos e sustentabilidade. Outro grupo brasileiro que é líder no seu segmento, a fabricante de aços Gerdau, iniciou no ano passado a instalação da tecnologia 5G e 4G na fábrica de Ouro Branco (MG), em uma parceria com a Embratel e a Claro, que também participam do projeto da Nestlé. Já o uso da Inteligência Artificial (IA) começou em 2020 e hoje é aplicada nas novas aciarias, onde é produzido o aço bruto, na segurança do trabalho e na cadeia de suprimentos. O grupo tem 11 plantas no Brasil e 21 em outros países.

A unidade de Minas Gerais está em rota acelerada e bem próxima de ser uma fábrica digital, embora, por suas características, uma siderurgia nunca será completamente autônoma. Com a rede privativa, a Gerdau vai ampliar o uso dos conceitos da “indústria 4.0” com maior automatização, rastreabilidade, uso de dados e segurança nos processos, o que gerará maior produtividade. A unidade de Ouro Branco, a maior do grupo, com 8,3 milhões de m², controla de forma remota os trens que circulam com matéria-prima pelos 90 quilômetros de linha férrea dentro das instalações. Com conectividade é possível capturar onde a locomotiva está, o que tem em cada vagão, estabelecer rotas e saber o momento certo de manutenção. Atualmente, a companhia estuda a introdução do conceito de inteligência artificial generativa, que permite ao computador criar conteúdos inéditos a partir dos dados que já dispõe. Na segurança do trabalho, a empresa utiliza a IA para antever situações abaixo do padrão normal e identificar se uma determinada área tem potencial para incidentes com gravidade elevada, por exemplo.

Metade da planta já é coberta com 4G e 5G e a outra metade terá a tecnologia até o fim do ano. A Fundação Dom Cabral avalia que a tecnologia 5G e a transformação digital no País estão em fase piloto. Não está ainda em escala industrial e é praticamente uma rede 4G turbinada. Estudo feito pela fundação em parceria com a PwC aponta, por exemplo, apontou que, em uma escala de um a dez, o nível de maturidade para avançar nos assuntos tecnológicos entre mais de 100 empresas de dez setores consultadas é mediano: a “nota” geral da sondagem foi 4. Entretanto, há setores mais maduros nessa rota, como o financeiro, e uma das explicações é sua capacidade de investimento em digitalização de canais, integração de sistemas e base de dados. O Pix, por exemplo, é resultado dessa agenda nascido no Laboratório de Inovações e Finanças do Banco Central. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.