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28/Aug/2023

Inflação: IPCA-15 registrou alta no mês de agosto

Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo - 15 (IPCA-15) registrou alta de 0,28% em agosto, após ter recuado 0,07% em julho. Com esse resultado, o IPCA-15 acumulou um aumento de 3,38%% no ano. A taxa em 12 meses ficou em 4,24%. As famílias brasileiras gastaram menos com alimentação em agosto. Os preços do grupo alimentação e bebidas passaram de uma queda de 0,40% em julho para uma redução de 0,65% neste mês. O grupo deu uma contribuição de -0,14% para a taxa do IPCA-15 deste mês. A alimentação no domicílio recuou 0,99% em agosto. As famílias pagaram menos pela batata-inglesa (-12,68%), tomate (-5,60%), frango em pedaços (-3,66%), leite longa vida (-2,40%) e carnes (-1,44%). As carnes já acumulam um recuo de preços de 8,22% no ano. Por outro lado, houve alta de 1,42% nas frutas em agosto.

A alimentação fora do domicílio subiu 0,22% em agosto. O lanche aumentou 0,14%, e a refeição fora de casa teve elevação de 0,35%. Os custos dos Transportes passaram de uma elevação de 0,63% em julho para um aumento de 0,23% em agosto, dentro do IPCA-15. O grupo foi responsável por 0,05% para a formação da taxa de 0,28% registrada neste mês. O resultado do grupo foi impulsionado pela alta de 2,94% nos preços do automóvel novo. Os combustíveis também ficaram mais caros: alta de 0,46%. Houve aumento nos preços da gasolina (0,90%) e do gás veicular (1,88%), mas quedas no óleo diesel (-0,81%) e no etanol (-2,55%). As passagens aéreas ficaram 11,36% mais baratas em agosto, após terem subido 4,70% em julho. O ônibus urbano teve queda de 2,80%. O ônibus intermunicipal subiu 0,49% e o táxi aumentou 0,43%. Os gastos das famílias brasileiras com Educação passaram de uma elevação de 0,11% em julho para uma alta de 0,71% em agosto, uma contribuição positiva de 0,04% para o IPCA-15 deste mês.

Os cursos regulares subiram 0,74% em agosto, puxados pelos subitens creche (+1,91%) e ensino superior (+1,12%). Os cursos diversos aumentaram 0,06%, influenciados pelos cursos preparatórios (+1,22%) e cursos de idiomas (+0,14%). Os gastos das famílias brasileiras com Habitação passaram de uma queda de 0,94% em julho para uma elevação de 1,08% em agosto, uma contribuição positiva de 0,16%. O destaque no grupo foi a alta de 4,59% na energia elétrica residencial, uma contribuição de 0,18% para o IPCA-15. A taxa de água e esgoto subiu 0,20% em agosto. O gás encanado recuou 0,31%. Os gastos das famílias brasileiras com Saúde e cuidados pessoais passaram de uma elevação de 0,07% em julho para uma alta de 0,81% em agosto, uma contribuição positiva de 0,11% para o IPCA-15 deste mês. O movimento de aceleração foi impulsionado pelos itens de higiene pessoal, que passaram de um recuo de 0,71% em julho para uma alta de 1,59% em agosto.

Os preços dos produtos para pele aumentaram 8,57% este mês, após a queda de 4,32% em julho. Os perfumes ficaram 2,94% mais caros em agosto, ante a redução de 1,90% vista em julho. Dois dos nove grupos de produtos e serviços que integram o IPCA-15 registraram quedas de preços em agosto. Os recuos ocorreram em Alimentação e bebidas (-0,65%, impacto de -0,14%) e Vestuário (-0,03%, impacto de 0,00%). Os grupos com aumentos foram Transportes (0,23%, impacto de 0,05%), Habitação (1,08%, impacto de 0,16%), Educação (0,71%, impacto de 0,04%), Artigos de residência (0,01%, impacto de 0,00%), Despesas pessoais (0,60%, impacto de 0,06%), Saúde e cuidados pessoais (0,81%, impacto de 0,11%) e Comunicação (0,04%, impacto de 0,00%). O resultado geral do IPCA-15 em agosto foi decorrente de altas de preços em dez das onze regiões pesquisadas. A alta de 4,59% na energia elétrica residencial fez o item exercer a maior pressão sobre a prévia da inflação oficial de agosto. O item deu uma contribuição de 0,18% para a taxa.

Também figuraram no ranking de maiores pressões sobre o IPCA-15 de agosto os itens automóvel novo (0,09%), emplacamento e licença (0,04%), gasolina (0,04%), produto para pele (0,03%), perfume (0,03%), plano de saúde (0,03%) e ensino superior (0,02%). Na direção oposta, a passagem aérea foi o item de maior influência negativa sobre a inflação de agosto, com queda de 11,36% e contribuição de -0,08%. Outros itens no ranking de maiores alívios sobre o IPCA-15 do mês foram ônibus urbano (-0,03%), batata-inglesa (-0,03%), frango em pedaços (-0,02%), leite longa vida (-0,02%), etanol (-0,02%) e tomate (-0,02%). A Kínitro Capital avalia que a composição do IPCA-15 foi benigna, e que a surpresa altista com a variação do indicador na margem (-0,07% para 0,28%) se concentrou em poucos itens. No geral, a abertura do índice seguiu mostrando uma composição benigna, com importante desaceleração de serviços subjacentes, apesar do número maior que o esperado para a média dos núcleos no mês.

Portanto, não altera as perspectivas para a condução da política monetária. O resultado do indicador na margem refletiu a aceleração dos preços administrados (0,17% para 1,02%) e dos preços livres (-0,15% para 0,03%), como já era esperado. Em administrados, houve o rebote dos preços de energia com o fim do bônus de Itaipu e a alta de gasolina. O conjunto de preços livres refletiu, por um lado, a maior deflação de Alimentação e o arrefecimento de Serviços e, de outro, a volta de bens industriais, com automóveis novos devolvendo os efeitos do programa do governo numa intensidade maior que a esperada. A média dos núcleos seguiu desacelerando, de 5,53% para 5,30% no acumulado em 12 meses e de 4,0% para 3,80%, pela métrica da média móvel dos últimos três meses anualizada e dessazonalizada. Junto com os Serviços, esse dado na margem é muito importante para a percepção quanto à dinâmica qualitativa do índice, que seguiu relativamente positiva no mês, a despeito da surpresa com o índice cheio. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.