25/Aug/2023

Segundo a Associação Brasileira de Indústria de Alimentos (Abia), a exportação brasileira de alimentos industrializados somou US$ 28,3 bilhões em receita no primeiro semestre deste ano, alta de 5,1% em relação a igual período do ano passado, quando as exportações alcançaram US$ 26,9 bilhões. O aumento deve-se ao volume exportado 10,6% maior, que compensou a queda de 5,5% no preço médio dos alimentos exportados. São 190 países que consomem esses produtos. O relatório mostra que os alimentos industrializados tiveram participação de 17,1% no total das exportações brasileiras na primeira metade deste ano, contra 16,4% reportados nos primeiros seis meses de 2022. As proteínas animais lideraram a receita das vendas externas, com US$ 17,1 bilhões no período. Na sequência, aparecem farelo de soja, com US$ 6,2 bilhões; açúcar, com US$ 5,4 bilhões de receita; óleos e gorduras, com US$ 2,1 bilhões; e produtos hortícolas e sucos, com US$ 1,2 bilhão. O principal destino dos alimentos brasileiros foi a China, que respondeu por 16,4% do total exportado pela indústria no período, o equivalente a uma receita de US$ 4,65 bilhões.

As vendas para o país, contudo, recuaram 16,6% na comparação anual. A redução deve-se à receita 18,7% inferior nos embarques de carne bovina, que passaram de US$ 3,69 bilhões no primeiro semestre de 2022 para US$ 2,63 bilhões no primeiro semestre deste ano. A retração pode ser explicada pela desaceleração do crescimento da economia chinesa, combinada com os altos níveis de estoques do produto congelado, o que fez com que os importadores pressionassem por reduções nos preços. A receita das exportações dos alimentos brasileiros para a União Europeia saltou 16%, para US$ 4,58 bilhões, correspondente a 16,2% do total. Nas vendas para o bloco, os destaques foram açúcar (US$ 358 milhões, aumento de 106,7%), farelo de soja (US$ 2,74 bilhões, alta de 18,0%) e proteínas animais (US$ 652,9 milhões, incremento de 3,7%). Para a Liga Árabe, foram destinados 16,1% dos alimentos exportados pelo País, no total de US$ 4,57 bilhões, 24,7% mais que nos primeiros seis meses do ano passado. O principal produto vendido para os países árabes foi o açúcar, de US$ 1,82 bilhão, aumento anual de 62,1%.

Os Estados Unidos responderam por uma fatia de 5,4% dos alimentos exportados pelo Brasil, no total de US$ 1,53 bilhão, 17,1% superior em relação a igual período de 2022, sendo principalmente sucos de frutas e preparados vegetais (US$ 414 milhões). Para o acumulado do ano, a Abia não projeta valores nominais de desempenho, mas espera que o impacto na receita dos embarques decorrente do menor preço dos produtos agrícolas possa ser minimizado pelo aumento dos volumes comercializados. O cenário atual para o ano continua sendo de desaceleração do crescimento econômico na maioria dos países, à exceção da China e Índia. De acordo com o último levantamento do Fundo Monetário Internacional (FMI), de julho de 2023, a taxa prevista para o PIB mundial é de 3% ante 3,6% em 2022, o que influencia negativamente os preços dos produtos agrícolas exportados pelo Brasil. O mercado externo consome 27,5% da produção nacional de alimentos. A indústria de alimentos processa aproximadamente 58% da produção agropecuária brasileira. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.