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23/Aug/2023

Brasil: transformação da economia verde irreversível

Nas últimas semanas tem havido uma sucessão de importantes eventos ligados ao agronegócio brasileiro e, também, tem se discutido o futuro do setor, com ênfase para a sua inserção internacional competitiva e sustentável. E uma das observações recorrentes nesses debates é a expectativa quase universal de que a transformação da economia tradicional em economia verde é irreversível, pela ponte da descarbonização. Associações de classe, empresas, academias, cientistas e consultores estão debruçados sobre essa temática, e a grande imprensa traz diariamente textos provocativos a respeito dela e notícias sobre o que está acontecendo mundo afora. Os três grandes desafios da humanidade neste século 21 - segurança alimentar, segurança energética e a questão ambiental (aí incluídas as mudanças climáticas) - terão que ser enfrentados sob essa transformação, cujas consequências selarão o destino das gerações futuras.

No Congresso anual da Abag, realizado há exatamente duas semanas, e no da Andav, nos três dias seguintes, teve destaque a discussão sobre os desafios (e também as oportunidades) que o Brasil deverá enfrentar nos próximos meses e anos para se consolidar como grande potência agroambiental. Em seu discurso de abertura do Congresso, Caio Carvalho, presidente da Abag, diz textualmente: "O Brasil, com seus recursos naturais, ciência e avanços na bioeconomia tropical, será protagonista, inevitavelmente! Nossa leve pegada de carbono, seja em matriz energética, seja pela produção integrada de alimentos e bioenergia em até mais de duas vezes em mesma área e ano, é atestado já certificado, a ser expandido e ser parte da narrativa que será devidamente apresentada ao mundo, em fatos e fotos. É isso o que valoriza acordos como o do Mercosul e a UE, pela capacidade competitiva do grupo de países produtores do nosso Cone Sul, assim como será fundamental acentuar a importância dos sistemas produtivos de regiões como a Amazônia, com urgentes medidas públicas na formalização da posse das terras e no controle do desmatamento ilegal".

Ao longo da mesma semana, o Observatório de Bioeconomia da FGV lançou um interessante e instigante trabalho sobre bioeconomia, mostrando um conceito brasileiro sobre o tema, frente a mais de 40 conceitos diferentes gerados em outros países. Para o Observatório, bioeconomia é o "estoque, uso e transformação dos recursos naturais brasileiros", apontando para a necessidade de harmonizar economia e natureza, monetizando os ativos ambientais para as populações que vivem nas regiões mais conservadas e preservadas. E nesta semana, o governo anuncia o envio, ao Congresso Nacional, ainda em agosto, que visa definir a regulação (compra e venda) de créditos de carbono entre empresas. É o Brasil entrando inexoravelmente na rota da economia verde. Fonte: Roberto Rodrigues. Broadcast Agro.