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22/Aug/2023

Setor industrial pede recursos ao Banco dos Brics

A Confederação Nacional da Indústria (CNI) se encontrou nesta segunda-feira (21/08), com a ex-presidente da República e atual comandante do Novo Banco de Desenvolvimento (NDB, mais conhecido como Banco dos Brics), Dilma Rousseff, para pedir mais crédito da instituição para o setor no Brasil. Dos 30 projetos que o Brasil apresentou aos NDB, 21 já foram aprovados. O diálogo foi sobre os 9 restantes e outros que surgiram após o lançamento do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento). A CNI lidera a missão de 30 empresários brasileiros que ficam em Johanesburgo até esta quarta-feira (23/08) para participar do Conselho Empresarial do grupo (Cebrics). A avaliação é de que a ampliação dos Brics pode ser positiva para a indústria nacional. Este ano, foram aprovados projetos do NDB em Bangladesh e no Egito (membros desde 2021, junto com Emirados Árabes Unidos e Uruguai).

É preciso ampliar os laços com outros países não apenas por acordos bilaterais, mas também por meio das atuações dos governos. Com a chegada de novos membros, é possível que a estrutura de capital do NDB seja ampliada e isso é fundamental, pois países como o Brasil carecem de linhas competitivas. Os cinco atuais membros são bastante atuantes em buscar fontes de financiamento no Banco dos Brics. Criado em 2014 para financiar projetos de infraestrutura e desenvolvimento sustentável de seus integrantes e, mais recentemente, com foco no alcance das metas climáticas, a instituição já aprovou 94 projetos de operação de crédito no total, no valor de US$ 32 bilhões. O maior tomador de recursos é a China (27%), seguido de Índia (23%), Brasil (18%), África do Sul (17%) e Rússia (15%).

É preciso encontrar funding competitivo e alavancar a janela de oportunidade que o mundo está dando ao Brasil, seja como powershoring, nearshoring e friendshoring. O Brasil conta com características naturais competitivas, como energia limpa e desenvolvimento de uma economia sustentável e precisa atrair investimentos para tornar suas empresas competitivas. Todos falam da necessidade de reindustrialização do Brasil, então é necessário aproveitar a oportunidade, sem postura política ou ideológica. Um dos maiores problemas do Brasil é a necessidade de alavancar a engenharia nacional, pois houve um desmonte muito grande no País, com perda de patrimônio técnico e de intelectualidade humana. Agora, é preciso alavancar investimentos e o PAC será um desafio. A CNI apontou 10 prioridades que estão em discussão pelo setor privado e que foram levadas para o encontro empresarial dos BRICS:

1. Estabelecimento de acordo multilateral de serviços aéreos, considerando que os acordos bilaterais que já existem são restritivos para o transporte aéreo;

2. Colaboração para o desenvolvimento de fertilizantes inteligentes, biofertilizantes e fertilizantes minerais, e de padrões para certificação de fertilizantes ecoeficientes;

3. Desenvolvimento de padrões para 50 qualificações futuras, permitindo unificar critérios para competições internacionais e programas de treinamento entre os países;

4. Criação de um fundo para financiar projetos de energia limpa no Novo Banco de Desenvolvimento (NDB);

5. Cooperação para o desenvolvimento de infraestrutura digital que aumente a conectividade, inclusive em áreas remotas dos países do Brics;

6. Desenvolvimento de programas de competências digitais para meninas e mulheres;

7. Elaboração de carteira de projetos prioritários de infraestrutura nos países do Brics para aumentar a visibilidade de financiamento;

8. Desenvolvimento de rotas comerciais com investimentos em portos de pequeno porte, ferrovias e transporte marítimo de curta distância, para diminuir a pegada de carbono;

9. Criação de plataforma de colaboração entre governo, setor privado e academia para buscar soluções para novos problemas de infraestrutura;

10. Harmonização de padrões de regulação para produtos manufaturados, para facilitar a incorporação nas cadeias de valor.

Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.