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21/Aug/2023

Europa: a falência das empresas no pós-pandemia

Uma economia lenta, taxas de juros mais altas e o término do auxílio dado às empresas em dificuldades durante a pandemia forçam mais empresas na Europa a declarar falência. Um novo relatório mostrou que a criação de novos negócios na Europa está diminuindo, já que o apoio do governo Biden à tecnologia verde continua a atrair novos investimentos no exterior. O número de empresas da União Europeia que declararam falência nos três meses encerrados em junho aumentou 8,4% em relação ao trimestre anterior, e atingiu o nível mais alto desde 2015, segundo o Eurostat, o escritório de estatísticas da União Europeia. O registro de novos negócios caiu 0,6%. Os pedidos de falência aumentaram em todos os setores da economia europeia, de acordo com o Eurostat, sendo hotéis, restaurantes e empresas de transporte especialmente atingidos no segundo trimestre. A Europa Oriental e os países bálticos foram afetados por turbulências econômicas após a invasão da Ucrânia pela Rússia, e lideram a lista de pedidos de falência no segundo trimestre.

A Hungria relatou o maior aumento de falências de empresas da Europa, quase 41%, de acordo com a Eurostat. Alguns economistas alertam que a combinação de condições econômicas turbulentas, inflação e taxas de juros mais altas, que elevam o custo dos empréstimos, se associa ao término do pacote de auxílio do governo nos últimos anos, o que havia ajudado a manter as empresas em pé. Agora, mais empresas que estavam em dificuldades antes da pandemia acabam quebrando, à medida que as condições econômicas pioram. Em julho, o número de empresas que entrou em falência na Alemanha aumentou 24% em comparação com o ano anterior, de acordo com o Escritório Federal de Estatísticas, como resultado da combinação de altos custos de energia e matérias-primas, aumento das taxas de juros e o impacto tardio do fim dos subsídios da era pandêmica, o que fez com que as empresas buscassem a proteção de credores.

A Associação Profissional de Administradores de Insolvência na Alemanha observa uma agitação no mercado. Muitas empresas que buscam proteção agora já estavam em dificuldades antes da pandemia. Mas, o apoio do governo durante a pandemia, e após a invasão da Ucrânia pela Rússia, as mantinha vivas. Agora, a situação degringola em câmera lenta. No início deste ano, a última grande rede de lojas de departamento da Alemanha, a Galeria Karstadt Kaufhof, obteve aprovação para um plano de reestruturação que inclui o fechamento de grande parte das mais de 100 lojas que ela opera na Alemanha. A empresa listou 38 lojas que estão para fechar. A rede de lojas de departamento estava em apuros há anos, e a administração culpou os altos custos de energia e os fracos gastos do consumidor pela crise atual. A Gerry Weber Retail, unidade alemã da varejista de moda Gerry Weber International, pediu falência no início deste ano com um plano de reestruturação que inclui o fechamento de 122 de suas 171 lojas na Alemanha.

O Instituto Ifo, com sede em Munique, informou em julho que seu índice de confiança empresarial caiu pelo terceiro mês consecutivo, pois os líderes empresariais ficaram desapontados com a situação atual dos negócios e reduziram suas expectativas para o futuro. A situação da economia alemã cada vez mais sombria. Economistas que acompanham a tendência de falências observam que, mesmo com o aumento de casos, as falências gerais de empresas não se comparam a eventos passados, como durante a crise financeira global, quando o número era muito maior. O BNP Paribas afirmou que o aumento do número de falências não é tão dramático em comparação com o passado, descrevendo-o como uma "normalização" depois que a ajuda pública durante a pandemia manteve algumas empresas artificialmente à tona. A retirada gradual do pacote público de auxílio da era pandêmica às empresas tende a contribuir para o aumento do número de falências induzidas por um ambiente econômico degradado. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.