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18/Aug/2023

Argentina: salto nos preços e escassez de produtos

O argentino Rubén Carballo recusou a venda de 60 pneus na manhã de segunda-feira (14/08). Apesar da frustração dos clientes, essa foi a solução que ele, dono de uma oficina em Buenos Aires, encontrou diante da indefinição dos preços após as eleições primárias da Argentina, no domingo (13/08). Desde sexta-feira (11/08), o dólar paralelo saltou de 605 para 780 pesos. Na segunda-feira (14/08), a cotação oficial sofreu sua maior desvalorização em um dia desde 2019. A fábrica de pneus avisou que não tinha uma lista de preços, por não saber o que aconteceria com a cotação do peso. Numa loja de peças de reposição de eletrodomésticos de Buenos Aires, todos os preços subiram desde segunda-feira (14/08).

Os preços foram atualizamos imediatamente após os fornecedores avisarem do aumento. Um copo de liquidificador foi de 11 mil para 14 mil pesos, e os consertos subiram entre 10% e 15%. Os consumidores ficaram assustados, mas os varejistas não têm como manter os preços. Os argentinos, que já viam seu poder aquisitivo corroído pela inflação, agora veem os preços dispararem de forma descontrolada. A Federação de Donos de Armazéns da Província de Buenos Aires recebeu questionamentos sobre se deveriam fechar as lojas por dois dias. Se não houver como repor os produtos, a situação fica difícil. Na terça-feira (15/08), muitos fornecedores passaram a divulgar os reajustes, o que também não agradou. A alta de preços é generalizada e já é perceptível a falta de algumas marcas.

Não há abastecimento e, quando isso ocorre, os preços sobem. O Centro de Padeiros de Merlo, na periferia de Buenos Aires, conta que vários fornecedores informaram que não venderiam matéria-prima nesta semana, enquanto não tiverem um valor estipulado para os produtos. Isso está acontecendo em todos os setores. Lojas e açougues fecharam, porque não há preços fixos. A situação se assemelha a de 2001, com a hiperinflação. Em um açougue, os clientes foram surpreendidos pelo salto de 18% na carne e um novo aumento de 38% na terça-feira (15/08). O governo anunciou negociações com frigoríficos para tentar conter os preços.

Além disso, o Ministério das Relações Exteriores da China respondeu a declarações do candidato à presidência da Argentina, Javier Milei, depois que ele afirmou que pretende cortar relações com países que não respeitam a liberdade, como a China, se eleito. Segundo o governo chinês, o Partido Comunista da China criou dois milagres: crescimento econômico rápido e estabilidade social a longo prazo. No último domingo (13/08), o candidato ultraliberal surpreendeu ao terminar as primárias das eleições presidenciais em primeiro lugar. Além dos comentários sobre a China, ele também indicou que, se eleito, almeja retirar a Argentina do Mercosul. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.