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16/Aug/2023

Dólar em alta com o cenário externo desfavorável

A divulgação de mais uma série de dados fracos da economia chinesa, somada ao aumento dos receios de que o Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) suba novamente os juros nos Estados Unidos, colocou o dólar novamente em trajetória de alta ante o Real nesta terça-feira (15/08), na oitava elevação em um total de 11 sessões de agosto. O dólar fechou a R$ 4,98, com alta de 0,43%. Em agosto, a moeda norte-americana acumula ganho de 5,47%. A China informou que as vendas no varejo em julho subiram 2,5% em relação ao mesmo período do ano anterior. Economistas esperavam elevação de 4,5%. A produção industrial chinesa teve alta de 3,7%, ante projeção de 4,4% dos economistas. Os números da China, importante importador de commodities, penalizaram moedas de países exportadores de matérias-primas, como o Real.

Em reação aos dados fracos, o banco central chinês (PBoC) cortou um conjunto de taxas de juros para sustentar a atividade econômica. Alguns analistas afirmam, no entanto, que mais suporte será necessário. Na Europa, alguns números também desagradaram, lançando dúvidas sobre o ritmo de crescimento da economia. Entre eles, o índice ZEW de confiança do consumidor da Alemanha subiu para -12,3 pontos em agosto, ante -14,7 em julho, ainda assim se mantendo no território negativo. As vendas no varejo dos Estados Unidos em julho subiram 0,7%, ante projeção de alta de 0,4%, sugerindo que a economia segue forte. O resultado alimentou a expectativa de que o Federal Reserve pode promover mais um aumento de sua taxa básica de juros, em setembro, o que também sustentou o dólar ante outras divisas de exportadores de commodities ou emergentes.

Neste cenário, o dólar oscilou em alta durante praticamente toda a sessão. A cotação mínima foi de R$ 4,95 (-0,13%), e a máxima, de R$ 4,99. Conforme a FB Capital, o avanço da moeda norte-americana em agosto tem surpreendido muitos participantes do mercado. O movimento global é de alta para o dólar, o que está bem caracterizado. Embora seja global, o Real está despontando como uma das piores moedas nas últimas semanas, e muitos clientes não sabem o que fazer. A performance do Real tem sido pior que a de outros pares justamente porque até julho a moeda brasileira teve um desempenho superior. No ano até o fim de julho, a moeda norte-americana acumulava baixa de 9,23% frente ao Real. Este revés no cenário externo não era algo que estava no radar.

Além das turbulências externas, o mercado brasileiro já lida com o fato de que a taxa básica Selic, atualmente em 13,25% ao ano, tende a continuar a cair, enquanto os juros nos Estados Unidos continuarão por mais tempo em patamar elevado. Isso torna o diferencial de juros menos favorável aos investimentos estrangeiros no Brasil, o que também impacta o câmbio. No exterior, o dólar sustentava ganhos ante divisas fortes e ante boa parte das moedas de países exportadores de commodities. O índice do dólar, que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas, subia 0,06%, a 103,200. O Banco Central vendeu todos os 16.000 contratos de swap cambial tradicional ofertados na rolagem dos vencimentos de outubro. Fonte: Reuters. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.