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09/Aug/2023

OCB: Anuário do Cooperativismo Brasileiro 2023

Segundo o Anuário do Cooperativismo Brasileiro 2023, publicado pela Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), as 1.185 cooperativas do setor agropecuário tiveram ingressos (termo utilizado para se referir ao faturamento) de R$ 429,9 bilhões no fim do ano passado, aumento de quase 20% em relação aos valores de 2021. O valor representa mais de 65% da movimentação financeira de todas as cooperativas, de R$ 655,8 bilhões, incluindo áreas como crédito, transporte, saúde e consumo. São mais de 1 milhão de cooperados no setor agropecuário. O número geral de cooperativistas no país passa de 20 milhões, quase 10% da população brasileira. Essas cooperativas pagaram R$ 8,9 bilhões em salários e benefícios aos funcionários e foram responsáveis pelo recolhimento de R$ 13,9 bilhões em impostos em 2022.

O ativo total das cooperativas do campo tem crescido a passos largos. O indicador mais que dobrou em três anos, saindo de R$ 132,2 bilhões em 2019 para R$ 266,5 bilhões no ano passado. O capital social das cooperativas agropecuárias chegou a R$ 22 bilhões e as sobras distribuídas aos cooperados, ou seja, o lucro dessas empresas, bateu a marca de R$ 22,5 bilhões em 2022, apesar dos solavancos enfrentados no setor por conta da guerra entre Rússia e Ucrânia e a oscilação de preços de commodities e insumos. O ramo agropecuário é o que mais emprega entre as cooperativas brasileiras. O número de empregos diretos gerados nesse segmento ficou perto de 250 mil no fim de 2022, quase a metade dos 524 mil funcionários que o sistema cooperativista tem no País como um todo.

O Paraná é o Estado que mais gera postos de trabalhos em cooperativas do agro (107,2 mil), enquanto o Rio Grande do Sul lidera o ranking de número de cooperados (259,6 mil). Minas Gerais tem mais cooperativas: 198. A atuação das cooperativas do ramo agropecuário está distribuída em sete segmentos: insumos e bens de fornecimento (65%), produtos industrializados de origem animal (58%), produtos industrializados de origem vegetal (34%), produtos não industrializados de origem animal (27%), produtos não industrializados de origem vegetal (17%), serviços (32%) e escolas técnicas (3%). A soma passa de 100% porque a mesma cooperativa pode atuar em mais de um segmento.

Outro destaque é a intercooperação com outros segmentos: 49% das cooperativas agropecuárias fizeram negócios com cooperativas de crédito no ano passado, 10% delas adquiriram produtos ou serviços de cooperativas de trabalho, 12% utilizaram serviços de cooperativas de transporte e 21% utilizaram planos de saúde de cooperativas de saúde. Os dados reforçam a resiliência desse sistema de negócios. As cooperativas agropecuárias cresceram em um ambiente desafiador, enquanto o setor em que estão inseridas encolheu. O número de cooperativas no País caiu de 4.880 em 2021 para 4.693 no fim de 2022. Para a Fundação Getúlio Vargas (FGV), as cooperativas agropecuárias vão manter o ritmo de crescimento nos próximos anos puxadas pela demanda alimentar mundial. O pequeno produtor rural cooperado é quem coloca alimentos na mesa da população.

Para a Esalq-USP, grande parte das cooperativas têm uma “musculatura contábil”, com reservas financeiras volumosas nos patrimônios líquidos, que dão segurança aos negócios, o que é um diferencial no setor. Também há desafios na sucessão e na profissionalização da gestão para o futuro. Os gestores estão entendendo que a cooperativa surgiu para resolver os problemas do cooperado. Muito além de colocar o produto dele no mercado, é como posso auxiliá-lo para ter perenidade, manter o crescimento dos negócios, gerar educação para as pessoas ao seu redor. Há espaço para maior intercooperação entre as cooperativas agropecuárias, principalmente entre as pequenas, para gerar escala aos seus produtos e melhorias nos custos e na logística. Fonte: Globo Rural. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.