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09/Aug/2023

Amazônia: Brasil defende desmate zero até 2030

Em discurso na abertura da Cúpula da Amazônia nesta terça-feira (08/08), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou que os líderes da Organização do Tratado de Cooperação Amazônica (OTCA) devem discutir uma nova visão de desenvolvimento sustentável em um contexto de severo agravamento da crise climática. "Nunca foi tão urgente retomar e ampliar essa cooperação. Os desafios da nossa era e as oportunidades que surgem demandam ação conjunta", disse Lula. O presidente defendeu ainda que a comunidade internacional deve tomar medidas que conciliem a proteção ambiental com o desenvolvimento social. Os países vão discutir e promover uma nova visão de desenvolvimento sustentável e inclusivo na região, combinando a proteção ambiental com a geração de empregos dignos e a defesa dos que vivem na Amazônia. Lula acrescentou que o grupo pretende fortalecer a OTCA, que, segundo ele, é o único bloco do mundo que nasceu com foco socioambiental.

O presidente brasileiro lembrou ainda que os países vão debater a "Declaração de Belém", que propõe em um conjunto de ações para a Amazônia. Lula informou que o desmatamento na Floresta Amazônica caiu 42% no começo de seu mandato atual. A informação foi atribuída à ministra do Meio Ambiente, Marina Silva. Mesmo com apenas 700 fiscais, já foi possível alcançamos uma redução de 42% do desmatamento na Amazônia. O Brasil vai continuar trabalhando por desmatamento zero, reforçou Lula. O presidente reafirmou o compromisso em zerar o desmatamento na Floresta Amazônica até 2030. Lula pediu aos líderes da região que se unam para assegurar a preservação do bioma. Segundo Lula, o objetivo é articular uma posição conjunta para ser entregue à comunidade internacional na Conferência das Nações Unidas para Mudanças Climáticas (COP28), que acontecerá em Dubai, em outubro. A ideia é retomar a cooperação entre os países amazônicos e superar desconfianças. Ele defendeu ainda a colaboração entre as forças armadas da região.

O presidente acrescentou que, durante séculos, sucessivos ciclos econômicos geraram prosperidade para poucos e pobreza para muitos. Para Lula, a sociedade teve dificuldades para encontrar um equilíbrio entre desenvolvimento e sustentabilidade. Durante muito tempo, o mundo falou pela Amazônia; hoje, a Amazônia fala ao mundo, disse Lula. O presidente confirmou os planos de criar um painel técnico-científico para a Amazônia, nos moldes da Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC). O mecanismo é discutido em reunião no âmbito da Cúpula da Amazônia. O Observatório Regional Amazônico, que reúne dados sobre temas como recursos hídricos, saúde, biodiversidade e mudança do clima, fornecerá insumos para nossas políticas públicas e iniciativas de cooperação. Lula também defendeu o fortalecimento da Organização do Tratado de Cooperação Amazônica (OTCA) e sinalizou intenção de dotá-la de recursos próprios. Ressaltou ainda o objetivo de revitalizar e formalizar o Parlamento Amazônico. A Amazônia é uma incubadora de conhecimentos e tecnologias que ainda não forma dimensionadas.

O presidente afirmou que a Floresta Amazônica não pode ser tratada como um "depósito de riquezas" e que não é um vazio "a ser ocupado" ou um "tesouro a ser saqueado". É preciso retomar cooperação com os países e superar desconfianças. Lula destacou que os recursos da região não serão mais explorados "a serviço de poucos". Segundo ele, o sistema internacional global reservou aos sul-americanos o papel de fornecedor de matéria-prima. A transição ecológica justa permitirá mudar esse quadro. A Amazônia é o passaporte para uma nova relação com o mundo, uma relação mais simétrica, na qual os recursos não serão explorados em benefício de poucos, mas valorizados e colocados a serviço de todos. Lula também fez críticas ao governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). De acordo com ele, o antecessor tornou o país um pária entre nações e permitiu o aumento do desmatamento. A crise política que se abateu sobre o Brasil levou ao poder um governo negacionista com consequências nefastas. O presidente brasileiro acrescentou que redes criminosas se organizaram e ampliaram a insegurança na Amazônia.

Ele alegou que seu governo mudou esse cenário. E, ao mesmo tempo, conseguiu aumentar a produtividade agrícola na região, mostrando que é possível crescer sem derrubar a floresta. A Organização do Tratado de Cooperação Amazônica (OTCA) defendeu a adoção de um compromisso para zerar o desmatamento até 2030. Os países devem investir no combate ao crime para acelerar o processo. A preservação do bioma é importante para assegurar a biodiversidade e a disponibilidade de água no mundo. O desafio social e econômico também está presente por causa dos 50 milhões de habitantes vivendo na Amazônia, incluindo 420 cidades indígenas dos 800 que existem na América Latina. Um acordo para eliminação do desmate em um prazo específico divide os oito países da OTCA. Brasil e Colômbia pressionam pela adoção do compromisso, mas enfrentam resistência de nações mais pobres. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.