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04/Aug/2023

El Niño: impactos na agricultura e preços agrícolas

A recente volta do fenômeno climático El Niño, confirmada pela Administração Oceânica e Atmosférica (NOAA) no início de junho, levanta preocupações sobre seus possíveis impactos na agricultura. O setor já lida com um cenário de alta nos preços das commodities, principalmente devido a questões como o clima adverso para as safras nos Estados Unidos e a incerteza no Mar Negro em relação ao escoamento dos grãos da Ucrânia. Especialistas alertam que o principal efeito negativo pode ser sentido nos preços dos alimentos. O El Niño provoca o aquecimento das águas na região central e leste do Oceano Pacífico.

De acordo com a Nottus Meteorologia, o fenômeno climático resulta em um aumento de 1,2ºC na porção central do Pacífico e de 3ºC na região leste do oceano. De acordo com os modelos da empresa de meteorologia, o El Niño deve atingir maior intensidade entre outubro e novembro. Além disso, há probabilidade acima de 95% de o fenômeno persistir até o final do ano e acima de 90% para o trimestre de janeiro a março de 2024. Em geral, o fenômeno resulta em maior volume de chuvas na Região Sul do Brasil e tempo mais seco nas Regiões Norte e Nordeste do País, com calor acima do normal nas Regiões Sudeste, Centro-Oeste e oeste da Amazônia. Principais desafios para a agricultura com a confirmação do fenômeno:

1. Irregularidades nas chuvas nas Região Sudeste e Centro-Oeste;

2. Corte precoce das chuvas no verão (impacto na 2ª safra de 2024);

3. Chuvas abaixo da média no Matopiba (Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia);

4. Aumento do risco de tempestades com ventania e granizo na Região Sul do Brasil, especialmente na primavera;

5. Maior possibilidade de surgimento de pragas e doenças nas lavouras.

De acordo com o Itaú BBA, o El Niño pode provocar um efeito inflacionário nos alimentos. O fenômeno traz um viés de alta para a inflação dos alimentos este ano, principalmente para hortifrútis, que são mais sensíveis às mudanças climáticas e cuja produção é concentrada nas Regiões Sul e Sudeste do País. Em 2023, a expectativa é de que a alimentação no domicílio desacelere para 0,6% (de 13,2% em 2022) influenciada, principalmente, pela queda nos preços das commodities agrícolas e pela valorização do Real. Além disso, o impacto do El Niño tende a ser mais negativo para o milho e de resultado misto para a soja. Em metade dos eventos registrados, houve uma queda na produção de milho. Em relação à soja, os dados são menos conclusivos, com uma redução na produção apenas nos dois últimos fenômenos registrados, sendo a queda menos intensa do que a observada no milho. Fonte: Money Times. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.