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04/Aug/2023

Banco Central pode acelerar ritmo de queda da Selic

A decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) sacramentou no mercado a avaliação de que o ritmo de cortes de 0,5% da taxa Selic por reunião do colegiado será a "velocidade de cruzeiro" do ciclo de afrouxamento. Mas, entre economistas, há quem veja espaço para aceleração do ritmo a 0,75% à frente, uma aposta que pode, inclusive, crescer no mercado de juros. O colegiado reduziu os juros em 0,5%, de 13,75% para 13,25%. A decisão não apenas foi dividida, vencedora por cinco votos, contra quatro que defenderam uma baixa mais amena, de 0,25%, como divergiu das expectativas da maioria dos analistas. De 88 instituições, 62 (70%) esperavam corte de 0,25%, contra apenas 26 (30%) que previam baixa de 0,50%. Essa foi a primeira divergência entre o Banco Central e o consenso do mercado desde março de 2021. Apesar da decisão dividida, o comitê informou que seus membros "unanimemente" preveem reduções da mesma magnitude nas próximas reuniões.

Como resultado, instituições como Banco BV, Barclays, BNP Paribas, G5 Partners e Warren Rena diminuíram suas projeções para a taxa Selic no fim de 2023, de 12% para 11,75% em todos os casos. As revisões incorporam a baixa 0,25% maior do que o esperado em agosto, seguida por cortes de 0,5% nas reuniões do Copom de setembro, novembro e dezembro. O BNP Paribas classificou a decisão como um "corte hawkish", devido ao esforço da autoridade monetária para sinalizar um ritmo contido para os próximos ajustes. O mais provável é que a comunicação do Copom transforme os cenários de cortes de 0,75% nas próximas reuniões em "riscos de cauda" embutidos nos preços de ativos, embora essa precificação possa crescer com o tempo. Entre os cenários possíveis, cortes de 0,5% são a base, e tem um risco de cauda de 0,75%, que pode aumentar à medida que o tempo vai passando.

Na mesma linha, a Quantitas afirma que o Copom buscou adotar um tom hawkish para aparar as apostas de uma redução em ritmo maior, de 0,75%. No entanto, a tendência é que o comunicado não seja suficiente para zerar as projeções. O mercado vai ficar dividido entre 0,5% e 0,75%, mas a probabilidade deve se concentrar bem no 0,50%. A não ser que os dados comecem a vir maravilhosamente bem. A ASA Investments avalia que a surpresa com a magnitude do corte em agosto abre a possibilidade de aceleração do ritmo de quedas, já que o Banco Central poderia ter agido com maior parcimônia em um cenário desafiador, com os núcleos de inflação ainda elevados. Uma redução da taxa Selic em 0,75% já na próxima reunião do Copom, nos dias 19 e 20 de setembro, não pode ser descartada. Uma vez que o ciclo começou com um corte de 0,5% e o Banco Central está confiante em seu cenário, o risco é dar um pouco mais na próxima reunião, a depender do comportamento da inflação. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.