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04/Aug/2023

Dólar avança acompanhando o movimento externo

Após ter superado o nível de R$ 4,82, o dólar arrefeceu o ritmo de alta e encerrou a sessão desta quarta-feira (02/08) cotado a R$ 4,80, avanço de 0,33%. Apesar da expectativa em torno da decisão Comitê de Política Monetária (Copom) na noite desta quarta-feira (02/08), em especial em relação à magnitude do esperado corte da taxa Selic e ao placar da votação, o ambiente externo ditou a direção da moeda norte-americana. Contudo, o aumento das apostas de redução da Selic em 0,25% no mercado de juros futuros pode ter contribuído para a moeda brasileira ter desempenho bem superior à de seus pares. O Real sofreu com a onda de fortalecimento da moeda norte-americana e queda dos preços das commodities metálicas e do petróleo.

Dados acima do esperado do emprego no setor privado nos Estados Unidos sugerem espaço para um aumento residual dos juros pelo Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), aposta que pode ser reforçada com a divulgação, nesta sexta-feira (04/08), do relatório oficial de emprego (payroll) de julho. O rebaixamento do rating americano pela Fitch na terça-feira (1º/08) também trouxe certo desconforto aos investidores e estimulou a busca por proteção. Após encerrar julho com baixa de 1,25%, o dólar já acumula valorização de 1,61% nas duas primeiras sessões de agosto. Operadores afirmam que tesourarias aproveitaram a recuperação da moeda norte-americana no exterior para realizar lucros e recompor parcialmente posições cambiais defensivas.

Divisas latino-americanas de juros altos, que lideram ganhos frente ao dólar no ano, estão nos holofotes com as dúvidas sobre o tamanho do afrouxamento monetário esperado em países da região. A Alphatree Capital observa que o Real experimentou uma depreciação mais aguda na terça-feira (1º/08), em meio a apostas até então majoritárias de que o Copom começaria o ciclo de redução da taxa Selic com um corte de 0,50%. O peso chileno apresentou desvalorização expressiva após o Banco Central do Chile optar por uma redução de sua taxa básica 1%, para 10,25% ao ano, enquanto analistas esperavam corte de 0,75%.

O mercado começou a ficar com o receio de que com um corte da Selic em 0,50% o Real poderia sofrer muito. O fato de a aposta em 0,25% ganhar força ajudou o Real a ter desempenho melhor que seus pares nesta quarta-feira (02/08). Há espaço para o Banco Central do Brasil reduzir bastante os juros. Se optar por 0,25%, será um corte 'hawk'. O 'carrego' vai continuar elevado e há espaço para o Real se apreciar com um Banco Central mais lento no ajuste da política monetária. A Pantheon Macroeconomics afirma que, apesar do impacto recente de fortalecimento do dólar no exterior e alta dos juros dos Treasuries sobre a taxa de câmbio, o destino do Real está muito atrelado no curto prazo à decisão do Copom.

No médio prazo, o quadro é amplamente favorável para o Real, que pode levar a taxa de câmbio nos próximos meses para níveis não vistos desde o início de 2020. Em particular, a aprovação da reforma tributária pode se um forte catalisador para influxo de recursos, estendendo o rali do Real em direção a R$ 4,50. A inflação comportada também dá suporte ao Real, uma vez que permite ao Copom intensificar o ritmo de redução de juros, ajudando no esforço de consolidação fiscal. A melhora na perspectiva de crédito, as reduções de prêmio de risco e menor ruído político vão provavelmente ajudar a compensar a diminuição no "carry", que, ainda assim vai continuar generoso. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.