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01/Aug/2023

Consumidores exigentes na escolha dos alimentos

Origem e destino são cada vez mais relevantes nas decisões de compra de alimentos. Estudo da consultoria EY, “Top 10 riscos e oportunidades no agro”, de 2022, aponta que 71% dos consumidores consideram que a rastreabilidade é muito importante, segundo levantamento com 18.980 pessoas de 28 países, inclusive o Brasil. previsão é que, até o fim deste ano, 45% das maiores empresas agroalimentares do mundo terão implementado uma solução de rastreabilidade baseada em blockchain. A expectativa é de que essa tecnologia, na área de agricultura e alimentos, movimente US$ 948 milhões até 2025. A Gavea Marketplace, bolsa de commodities em blockchain, desenvolveu uma tecnologia de rastreamento da origem até o destino final. A empresa aplica validações socioambientais, checando a origem para desmatamento, biomas, matas nativas e trabalho em condição análoga à escravidão. A base Copernicus é usada nas validações.

Os clientes que tiverem essa plataforma poderão negociar seus produtos em conformidade com a nova legislação e exportar para a Europa. A bolsa tem mais de US$ 4 bilhões em ordens de compra e venda, que correspondem a 9 milhões de toneladas de soja e milho. A Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária (CNA) criou um sistema para rastrear a produção pecuária, o Agri Trace Rastreabilidade Animal, que gera 14 protocolos de procedência e conta com 15 mil produtores cadastrados. De 2016 a 2022, mais de cem frigoríficos obtiveram a certificação, com oferta ao mercado consumidor de mais de 2 milhões de carcaças certificadas. Recuperação e preservação também estão no topo da agenda. Desenvolvido em parceria entre a Syngenta, Itaú BBA, The Nature Conservancy (TNC) e Embrapa, o Programa Reverte oferece aos produtores acesso a práticas de recuperação do solo e recursos financeiros competitivos. O objetivo é apoiar agricultores, por meio de técnicas agronômicas e financiamento de longo prazo, a transformarem pastos degradados em terras produtivas, sem a abertura de novas terras.

Com 38 clientes e 180 fazendas com compromisso assinado, o programa tem 128 mil hectares recuperados em produtividade, e viabilizou R$ 430 milhões para agricultores financiarem os insumos para a restauração de solos degradados. A expectativa é recuperar 1 milhão de hectares até 2031 para a produção de soja e milho no Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Goiás. Já a Nestlé tem um programa que incentiva e remunera mais de mil produtores de leite parceiros que implementam práticas sustentáveis e regenerativas. A iniciativa prioriza o bem-estar animal, economia de água e cuidados com o solo para reduzir emissões de gás de efeito estufa (GEE). Em parceria com a Embrapa, a empresa, que anunciou aportes de R$ 34 milhões para a cadeia do leite, está desenvolvendo um protocolo nacional para pecuária leiteira de baixo carbono e uma calculadora de pegada de carbono adaptada aos diferentes biomas e sistemas de produção.

O bem-estar animal é outra tendência sustentável. A Beckhauser, indústria de Maringá (PR), desenvolveu equipamentos de contenção e manejo do gado para frigoríficos que permitem maior segurança, precisão e produtividade no processo de insensibilização do bovino antes do abate, obrigatório para atendimento às normas internacionais. Isso gera impacto direto na redução de acidentes e aumento na segurança das pessoas e dos animais, menos estresse, com reflexos na qualidade da carne. Um animal estressado produz cortisol, hormônio que, no processo de transformação do músculo em carne, prejudica a reação ácido-lática e deixa a carne mais dura, escura e com menor durabilidade. A empresa também fornece equipamentos para fazendas de médio a grande porte do Brasil e de países da América Latina. Fonte: Valor Online. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.