ANÁLISES

AGRO


SOJA


MILHO


ARROZ


ALGODÃO


TRIGO


FEIJÃO


CANA


CAFÉ


CARNES


FLV


INSUMOS

01/Aug/2023

Selic: decisão do Copom e apostas em investimentos

No dia 2 de agosto de 2022, o Comitê de Política Monetária (Copom) anunciava o último aumento, o 12º consecutivo, do ciclo de aperto monetário iniciado em março de 2021. A taxa básica de juros do País chegava a 13,75% ao ano, o maior patamar desde dezembro de 2016 e onde permanece até hoje. De lá para cá, foram seis reuniões em que a Selic permaneceu inalterada. O cenário macroeconômico do Brasil, no entanto, mudou. Em agosto de 2022, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) acumulado em 12 meses batia 8,73%. Agora, às vésperas da reunião do Copom que promete uma inflexão na política monetária brasileira, o “remédio” dos juros altos está surtindo efeito.

Em junho deste ano, dado mais recente, o IPCA teve uma deflação mensal de 0,08%, suficiente para levar a inflação de 12 meses a 3,16%, abaixo da meta de 3,25% para 2023. Para a Ágora Investimentos, mesmo com toda a crítica e um custo econômico que ainda está para ser visto, a Selic de 13,75% ao ano cumpriu o seu papel. Nesta quarta-feira (02/08), o Copom deve anunciar a decisão mais esperada dos últimos tempos: o primeiro corte na Selic. A magnitude do ajuste ainda é incerta. Uns apostam em 0,25%, os mais otimistas enxergam espaço para queda de 0,50%. A projeção do Boletim Focus é que a taxa de juros encerre 2023 em 12% ao ano, o que significaria um ajuste total de 1,75%.

As expectativas para o IPCA nos próximos anos também estão recuando. Parte dessas expectativas está se aproximando da meta de 3%, a chamada “ancoragem”. O mercado projeta um IPCA de 4,9% em 2023, 3,9% em 2024 e 3,5% em 2025. As cadeias de produção voltaram ao normal, houve queda no preço de diversas commodities e, além todos esses movimentos globais, o cenário doméstico mexeu muito com as expectativas. A Selic estacionada em 13,75% ao ano já trouxe um primeiro efeito: a renda fixa voltou a ser a ‘queridinha’ dos portfólios. Afinal, com pouco risco e esforço, era possível conseguir retornos superiores a 1% ao mês em títulos do Tesouro Direto, considerado um dos investimentos mais seguros do País.

Quando os juros foram a 2% ao ano, muitos diziam que a renda fixa tinha acabado. Em 13,75%, o mercado de crédito corporativo e títulos públicos reviveu. Na renda variável, boa parte dos ativos como ações e fundos imobiliários vinham sofrendo grandes desvalorizações desde a Selic começou a subir. Segundo a Manchester Investimentos, o movimento não aconteceu somente pela migração de investidores para a renda fixa, mas porque algumas ações, como small caps (companhias com pequena capitalização) e empresas de varejo e construção, têm seus modelos de negócios diretamente impactados pela alta dos juros.

Empresas como Magalu, Locaweb e MRV sofreram por esse movimento que deixou o crédito mais caro, aumentou a inadimplência e inviabilizou a rolagem de dívidas fundamentais para o fluxo de caixa das companhias. Desde abril, porém, a Bolsa engatou uma recuperação acelerada. Nos últimos quatro meses, o Ibovespa teve um rali de 25%. A Empiricus Research explica que os ganhos aconteceram na esteira do fechamento da curva de juros futura, ainda que o efetivo corte na Selic não tenha acontecido. Lideram o movimento os mesmos setores e ativos que sofreram lá atras: small caps, tecnologia, incorporadoras, varejo. Foram as que mais sofreram no ciclo de aperto monetário e agora se destacam com essa inversão de tendência com a precificação de queda dos juros. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.