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01/Aug/2023

El Niño afetará a produção e o PIB do agronegócio

Segundo o Itaú BBA, o El Niño deve afetar a produção agrícola das Regiões Norte e Nordeste. Marcado pelo aquecimento das águas do Oceano Pacífico, o fenômeno leva a seca para essas duas regiões do País e aumenta o volume de chuvas na Região Sul. Desde meados dos anos 1990, foram registrados sete eventos do El Niño com impactos na produção de grãos. O atual é o oitavo. Ele começou em junho deste ano, e deve se estender até março de 2024. Historicamente, as safras de milho sofrem mais do que as de soja. E, agora, não deve ser diferente. No ano que vem, o Itaú estima uma queda de 2,3% na produção de milho e uma alta de 3% na de soja.

A expectativa é a de que os meses de outubro e novembro sejam menos chuvosos na parte Norte do País, prejudicando o período considerado ideal para a plantação da 2ª safra de 2024. Na Região Sul deve ocorrer o contrário. Espera-se aumento das chuvas na melhor janela para a soja. Deve ser um El Niño forte, mas menos intenso do que outros. Por isso, considera-se um impacto até limitado em termos de PIB agropecuário para 2024. O Produto Interno Bruto (PIB) do agronegócio deve registrar uma desaceleração importante. Em 2024, o crescimento do setor deve ser de 2,5%, abaixo dos 12,3% projetados para este ano. Vindo de um crescimento de 12%, o desempenho de 2024 ainda pode ser considerado bom.

Em 2023, turbinado pela supersafra de grãos, o setor agropecuário deve ser um dos destaques da economia brasileira. A previsão do banco para o PIB deste ano é de 2,3%. O agro deve contribuir de forma direta com 0,8%. No primeiro trimestre, cresceu 21,6%. Nem sempre os fenômenos climáticos têm a mesma intensidade para alterar a produção agrícola. No El Niño atual, a temperatura média deve subir 0,7°C, alcançando um pico de 1,5°C. Em 2018 e 2019, na última vez em que foi registrado, o pico do aquecimento chegou a 0,9°C. O cenário foi bem mais adverso no biênio 2015 e 2016. A média das temperaturas subiu 1,5°C, e o aumento máximo chegou a 2,6°C. Naqueles dois anos, a produção de soja recuou 1,4%, e a de milho caiu 21,2%.

Em princípio, será um El Niño de moderado a forte. Mas ele não chega perto do evento de 2015 e 2016, que teve uma intensidade maior do que está sendo projetado para o atual. Na avaliação da Associação Brasileira dos Produtores de Milho (Abramilho), ainda não há uma grande preocupação com o El Niño. Uma eventual queda na produção pode ter mais a ver com um rearranjo influenciado pela expectativa de margem menor. O custo de produção subiu e o preço de venda está com uma perspectiva de queda. O milho é uma cultura de maior risco. É mais delicada e sensível do que a da soja e tem um grau de investimento maior. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.