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31/Jul/2023

Brasil tem o 3º maior juro do G20 e a 15ª inflação

Levantamento feito pela Austin Rating tomando como base as taxas de juros nominais vigentes no grupo das vinte economias mais ricas do mundo, o chamado G20, aponta o Brasil como detentor da terceira maior taxa de juro básico deste conjunto de países. Com a Selic em 13,75% ao ano, o Brasil fica atrás apenas da Argentina, com 97%, e Turquia, com 17,50% ao ano. No entanto, quando se levanta as respectivas taxas de inflação vigentes nos países do G20 nos últimos 12 meses, o Brasil aparece na 15ª colocação, com uma média de preços de 3,16%, ficando à frente apenas de Japão (3,14%), Estados Unidos (3,09%), Coreia do Sul (2,94%), Arábia Saudita (2,83%), Canadá (2,73%), Espanha (1,91%) e China (0,09%). No quesito inflação, Argentina e Turquia também lideram o ranking com taxas de 115,50% e 38,20%, respectivamente, acumuladas nos últimos 12 meses. Para a Austin Rating, o Banco Central brasileiro passou do tempo de reduzir a Selic.

Há economias do G20 que estão com inflação superior à do Brasil e que, no entanto, estão com juros menores. É o caso, por exemplo, das economias europeias cujas taxas de juros são decididas pelo Banco Central Europeu (BCE). Nestes países, com a decisão da semana passada do BCE em elevar suas taxas em 25 pontos-base, o juro subiu de 4,25% ao ano para 4,50%. Este pequeno bloco é composto por Alemanha, que tem uma inflação de 6,57% ao ano; Itália, 6,43%; zona do euro, com 5,41%; França, com 4,37%. Deste grupo, a única economia que está com uma taxa de inflação inferior à do Brasil é a Espanha, com 1,91%. As decisões de política monetária de qualquer banco central são independentes e soberanas. Mas, se as autoridades econômicas comemoravam o fato de o Banco Central brasileiro ter sido o primeiro no mundo a iniciar o ciclo de alta de juro, o que o levou o País a colher melhores resultados econômicos que o resto do mundo, já passou do tempo de o Banco Central começar a cortar a Selic.

Não há mais espaço e nem argumentos para não reduzir a Selic nesta semana em ao menos 0,50%, a 13,25% ao ano. A questão que se coloca é se o Banco Central ao sair na frente das demais economias do mundo numa decisão acertada de elevar a sua taxa de juro, ao mantê-la em junho no atual nível de 13,75% ao ano, não teria manuseado erroneamente a sua política monetária. A conclusão é a de que o Banco Central não acertou em trazer a Selic no atual nível até aqui e vai errar se cortá-la menos do que 0,50% em agosto. Os argumentos que a autoridade monetária poderia usar para cortar 0,5% da taxa de juro nesta semana são os mesmos que poderia ter usado em junho, e com algumas informações adicionais: inflação corrente em queda, principalmente a do atacado; expectativas em queda, especialmente as de 2024, que estão indo para o centro da meta, e indicadores de atividade fracos.

Para o Copom de agosto o Banco Central terá como informações adicionais às de junho a queda do seu próprio Índice de Atividade Econômica, o IBC-Br, e a valorização da taxa de câmbio. Em junho, o Copom poderia ter cortado a Selic em 0,25%. Agora, os fatores para uma redução de pelo menos 0,5% são maiores. Há deflação do IPCA e do IPCA-15 e o IBC-Br em queda. Na Austin, a projeção para o IPCA este ano é de 4,70%, e está dentro da meta. As expectativas para o ano que vem começam a convergir para o centro da meta. A Austin espera 3,45%. Os diretores do Banco Central têm para avaliarem ainda na tomada de decisão de política monetária a melhora da percepção de risco País pelas agências de risco internacionais S&P Global, no mês passado, e a elevação na semana passada do rating do Brasil pela Fitch e pela DBRS. A Austin Rating, como agência de riscos nacional, está de acordo com classificação de riscos das agências estrangeiras. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.