ANÁLISES

AGRO


SOJA


MILHO


ARROZ


ALGODÃO


TRIGO


FEIJÃO


CANA


CAFÉ


CARNES


FLV


INSUMOS

31/Jul/2023

Plano Safra 2023/2024 ainda precisará de ajustes

Indutor do crescimento do País, o agronegócio recebeu mais dinheiro para financiamento no novo Plano Safra 2023/2024, que terá valor de R$ 436 bilhões para o setor, em comparação aos R$ 341 bilhões no último ciclo. O aumento de 28% é visto por especialistas como necessário para o crescimento do agronegócio e da economia. O destaque positivo ficou por conta do fortalecimento dos médios produtores (Pronamp) e para o Programa para Construção e Ampliação de Armazéns (PCA), que contam com uma maior disponibilidade de recursos. No novo plano, R$ 365 bilhões serão destinados à agricultura empresarial, enquanto R$ 71 bilhões serão para a agricultura familiar. Considerando isso, o total é de aproximadamente R$ 441 bilhões, além de R$ 38 bilhões em linhas de crédito dolarizadas voltadas ao setor, anunciadas pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

Para o Insper Agro Global, o Plano Safra subiu de valor devido à demanda do mercado e a boa notícia para o setor foi a taxa de juro anunciada, que é mais baixa do que a atual. A maior possibilidade de financiamento ajuda nas possibilidades de investimento e no crescimento do setor. A manutenção do bom desempenho do agro depende de investimentos e é claro que um Plano Safra com grande disponibilidade de recursos para custeio e produção é importante. Existe uma relação entre o crescimento do agronegócio e o crescimento da economia do País. Para a Fundação Getúlio Vargas (FGV Agro), o Plano Safra 2023/2024 é resultado de negociações bem-sucedidas do Ministério da Agricultura com o Banco Central e o Ministério da Fazenda, mas a limitação no corte de juros de financiamentos ficou abaixo do desejado. A limitação dos recursos do Tesouro impediu um rebate ainda maior na taxa. Com limitações de despesas pelo teto de gastos, isso torna esse exercício de rebates maiores mais difícil.

Um novo salto significativo em 2024 depende de como o governo federal conduzirá a pauta fiscal. Outro ponto positivo do novo Plano safra foi o incentivo para sistemas de produção sustentável, uma forma de premiar agricultores que adotam práticas ambientalmente corretas, com a redução das taxas de juros dos empréstimos. Quem estiver com o Cadastro Ambiental Rural (CAR) sem restrições terá a redução de 0,5% na taxa de juros de custeio. Porém, claramente, as medidas são insuficientes para os objetivos propostos, mas é importante reconhecer que refletem um passo fundamental que poderá ser ampliado nas próximas edições do Plano Safra. Para Insper, o Plano Safra não abrange seguros contra intempéries climáticas, algo que ainda requer esforços do governo e da iniciativa privada, e também não está livre de ter cunho político. O Plano Safra não é puramente econômico, há um viés político também. O governo faz um aceno ao setor. O plano foi anunciado em duas etapas: para os pequenos produtores e para os grandes.

Isso mostra que o governo quis ressaltar o foco no pequeno produtor, e isso chegou a gerar confusão em relação ao valor total do Plano Safra 2023/2024. Outro ponto de atenção são os descontos concedidos a produtores que adotarem práticas sustentáveis, algo que ainda gera dúvida em relação a como o benefício será aplicado. Segundo a Associação Brasileira dos Produtores de Soja (Aprosoja), apesar dos recursos recordes, há reclamações quanto a falta de crédito para certas áreas. O valor total para a safra brasileira até seria pouco em relação ao necessário, mas foi o valor que deu para conseguir. Hoje, a safra brasileira é ‘estrondosa’. O problema é que o seguro oferecido ao produtor rural não atende a necessidade. O valor voltado ao financiamento de armazenagem é outro problema. Um dos grandes gargalos da agricultura de grãos no País envolve a infraestrutura insuficiente para proteger a produção de ficar exposta ao clima. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.