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26/Jul/2023

Inflação segue em desaceleração no mês de julho

De acordo com dados divulgados nesta terça-feira (25/07) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo - 15 (IPCA-15) caiu 0,07% em julho, após ter avançado 0,04% em junho. Com o resultado, o IPCA-15 registrou um aumento de 3,09% no acumulado do ano. Em 12 meses, a alta foi de 3,19%, ante taxa de 3,40% até junho. A queda de 0,07% do IPCA-15 em julho foi a mais intensa para o período desde julho de 2017, quando o indicador caiu 0,18%. Se levados em consideração os demais meses, o recuo foi o mais intenso desde setembro do ano passado, quando o índice caiu 0,37%. No acumulado em 12 meses, o índice subiu 3,19%, o menor avanço desde setembro de 2020, quando a taxa foi de 2,65%. Os preços de Alimentação e bebidas caíram 0,40% em julho, após queda de 0,51% em junho. O grupo deu uma contribuição negativa de 0,09% para o IPCA-15. Entre os componentes do grupo, a alimentação no domicílio teve queda de 0,72% em julho, após ter recuado 0,81% no mês anterior.

A alimentação fora do domicílio subiu 0,46%, ante alta de 0,29% em junho. A queda de 0,40% nos preços de alimentos e bebidas em julho, que contribuiu para a deflação maior que a esperada no IPCA-15 do mês, foi puxada pela redução nos preços da alimentação em domicílio (0,72%) e, em particular, de alguns produtos amplamente consumidos pelos brasileiros. No topo da lista está o feijão-carioca, com queda de 10,20% nos preços em julho ante junho, seguido por óleo de soja (-6,14%), leite longa vida (-2,50%) e carnes (-2,42%). A batata-inglesa e o alho fizeram um contraponto, com aumentos de 10,25% e de 3,74% nos preços, respectivamente. O custo da alimentação fora do domicílio acelerou o ritmo de alta a 0,46% em julho, após encarecer 0,29% em junho, em virtude da alta mais intensa do lanche (0,34% em junho para 1,02% em julho). O custo da refeição subiu com menos intensidade neste mês, em 0,17%, do que no mês passado (0,28%). Os preços de Transportes subiram 0,63% em julho, após queda de 0,55% em junho. O grupo deu uma contribuição positiva de 0,13% para o IPCA-15.

Os preços de combustíveis tiveram alta de 2,28% em julho, após recuo de 3,75% no mês anterior. A gasolina subiu 2,99%, após ter registrado queda de 3,40% em junho, enquanto o etanol recuou 0,70% nesta leitura, após queda de 4,89% na última. O aumento no preço da gasolina ao consumidor final em julho sustentou o IPCA-15, evitando recuo ainda maior do índice de inflação oficial do meio de mês. A gasolina, sozinha, contribuiu com 0,14% para a variação do índice. A alta no preço do insumo este mês está diretamente ligada ao retorno da cobrança integral de PIS/Cofins sobre o combustível. Em junho, a gasolina havia registrado queda de 3,40% no IPCA-15. Outro combustível que viu os preços aumentarem foi o gás veicular (+0,06%). Demais insumos da cadeia de combustíveis viram os preços recuarem: óleo diesel e etanol caíram 3,48% e 0,70% respectivamente. Dentro do grupo Transportes, e na contramão da gasolina, o preço dos automóveis novos caiu 2,34% em julho, após uma queda de 0,84% no mês anterior.

O movimento se deve ao subsídio federal às montadoras, que barateou o preço final dos veículos ao consumidor. Outra queda aconteceu no preço das tarifas de ônibus urbano (-0,72%). A alta nos preços das passagens aéreas, que também integram o grupo dos Transportes, desacelerou a 4,7% em julho, de 10,70% em junho. Apesar do recuo de 0,07% no IPCA-15 de julho, cinco dos nove grupos de produtos e serviços que integram o índice registraram aumentos de preços em julho. O aumento mais significativo aconteceu em Transportes (+0,63%, com impacto de 0,13%), seguido de despesas pessoais (+0,38%, com impacto de 0,04%). Na sequência, vêm educação (0,11%, com impacto de 0,01%); Saúde e Cuidados Pessoais (+0,07%, com impacto de 0,01%); e vestuário (+0,04%, com impacto de 0%). Com maior peso, os recuos ocorreram em Habitação (-0,94%, com impacto de -0,14%); Alimentação e bebidas e Artigos de residência, ambos com recuos de 0,40% em julho, mas impactos de -0,09% e -0,02% respectivamente.

Comunicação fecha a lista dos grupos com deflação com recuo de 0,17% em julho, o que impactou o índice em -0,01%. A queda de 0,07% no IPCA-15 de julho ante junho foi resultado de quedas nos preços em seis das onze regiões pesquisadas. A variação mais negativa foi em Goiânia - GO (-0,52%), influenciada pela queda de 7,31% na energia elétrica residencial. Também houve queda nos preços no Rio de Janeiro - RJ (-0,30%), em Fortaleza - CE (-0,22%), em Salvador - BA (-0,20%), em São Paulo - SP (-0,16%) e em Brasília - DF (-0,14%). A maior alta foi em Porto Alegre - RS (0,34%), diante do aumento nos preços da gasolina (3,78%) e da passagem aérea (13,87%). Os preços também subiram em Recife - PE (0,31%), Curitiba - PR (0,15%), Belo Horizonte - MG e Belém - PA (de 0,10%).

Segundo o Rabobank, a queda de 0,07% no IPCA-15 de julho reforça os bons sinais do processo de desinflação. O recuo foi mais intenso do que a mediana das estimativas, que apontava queda de 0,03%. Os destaques dessas leituras foram a desaceleração nos serviços (0,56% para 0,36%), a deflação nos bens industriais (-0,08% para -0,55%), sob influência do programa do governo federal de desconto aos automóveis, a deflação de habitação (0,96% para -0,94%), puxada pela energia elétrica, devido ao crédito do Itaipu e a nova queda em Alimentação (0,51% para -0,40%). Há bons sinais de desinflação, mas à frente, alguns vetores podem preocupar, como o El Niño, que pode afetar a inflação de alimentos. Além disso, o preço internacional do Petróleo não está caindo como antes. Por isso, a estimativa do Rabobank para o IPCA ao final do ano está mantida em 5,1%. Esses riscos fazem com que o prospecto do banco seja de cortes na Selic em agosto, mas de 0,25%. A inflação corrente é importante, mas o banco tem olhado para as expectativas de inflação no horizonte relevante. Tanto 2024 como 2025, pelo boletim Focus, estão distantes do centro da meta. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.