26/Jul/2023

Em meio ao arrefecimento das tensões bancárias, o Fundo Monetário Internacional (FMI) melhorou a previsão para o crescimento econômico do planeta este ano, conforme atualização do relatório de “Perspectivas da Economia Mundial”, divulgada nesta terça-feira (25/07). A instituição, no entanto, alerta para desafios persistentes no cenário, diante do compromisso de bancos centrais na luta contra a inflação. O FMI elevou a projeção para a expansão do Produto Interno Bruto (PIB) global em 2023, de 2,8% a 3,0%, o que representaria uma desaceleração após o avanço de 3,5% em 2022. Para 2024, a estimativa se manteve igual à do relatório de março, também em 3,0%. Os países desenvolvidos devem conduzir a desaceleração mundial, e o PIB das economias avançadas deve crescer 1,5% neste ano, contra 2,7% do ano passado. O valor também foi revisado para cima: em abril, o FMI esperava que o crescimento fosse de 1,3%. Para 2024, a projeção de alta no PIB foi mantida, a 1,4%.

Os países emergentes e em desenvolvimento devem crescer acima da média. O FMI revisou para cima o crescimento em 2023 em 0,1% e projeta alta de 4% no PIB destes países, mesmo valor apresentado em 2022. Para 2024, porém, a previsão foi revisada para baixo em 10 pontos-base e agora a previsão de crescimento é de 4,1%. A resiliência no crescimento de curto prazo se dá pela queda nos preços de energia e alimentos após a guerra na Ucrânia, e à ação enérgica das autoridades para conter a instabilidade bancária que abalou o mercado em março com as quebras dos bancos Silicon Valley Bank, nos Estados Unidos, e Credit Suisse, na Suíça. Porém, o aperto monetário pelos bancos centrais tem feito a atividade global perder força, com desaceleração no crescimento do crédito ao setor não financeiro. Enquanto isso, o núcleo da inflação tem se mostrado resistente no mundo, com destaque para os países desenvolvidos, e a inflação de preços tem subido a níveis mais acentuados que a inflação de salários. O FMI destaca o fato de que a inflação global tem desacelerado, mas adverte que o núcleo dos preços, que contém itens menos voláteis, mostra trajetória mais gradual.

A entidade cortou sua projeção para a inflação no mundo em 2023, de 7,0% no WEO de abril para 6,8% agora, mas reviu para cima a expectativa para a alta de 2024, de 4,9% a 5,2%. O núcleo da inflação no mundo terá alta de 6,0% em 2023 e de 4,7% em 2024. Isso significa uma revisão em alta de 0,3% para o ano atual e de 0,4% para 2024, na comparação com as expectativas de abril. Na base de comparação anual, cerca de metade das economias não deve ter queda no núcleo da inflação em 2023. No geral, a inflação deve seguir acima da meta em 2023 em 96% das economias com metas da inflação e em 89% dessas economias em 2024. Os bancos centrais têm elevado juros para conter o quadro inflacionário, o que pesa na atividade. O FMI adverte que a inflação pode seguir em nível elevado, caso ocorram mais choques, como a intensificação na guerra na Ucrânia, bem como eventuais "eventos extremos" no clima. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.