25/Jul/2023

Em uma campanha anticorrupção, o principal órgão disciplinar do Partido Comunista da China está “caçando” funcionários, comerciantes e agricultores suspeitos de obter lucros ilícitos com o comércio de grãos e sementes. Com o objetivo de garantir a "segurança de sementes" da nação, as autoridades investigam dezenas de casos envolvendo má conduta e prendem oficiais do setor de grãos por acusações de corrupção. As autoridades afirmam que o objetivo é impedir a proliferação de sementes falsas e de baixa qualidade que poderiam comprometer a produção e a segurança alimentar. Ao mesmo tempo, funcionários, comerciantes e agricultores que desviam subsídios agrícolas e vendem produtos de baixa qualidade são punidos. Os governos locais também direcionam suas próprias operações contra a corrupção no setor de sementes, enviando funcionários para o campo para educar agricultores e identificar infratores.

As exigências para melhorar a segurança alimentar do país ganharam maior urgência nos últimos anos, como uma forma de se preparar para um possível confronto com os Estados Unidos, que é uma das principais fontes de importações de grãos chineses, incluindo soja e milho. Atualmente, o governo chinês vê o setor de sementes como uma das várias indústrias estratégicas em que as potências ocidentais poderiam exercer sua superioridade tecnológica para sufocar uma China atrasada. Embora o setor agrícola da China tenha alcançado um alto grau de autossuficiência usando sementes de origem nacional, com as importações representando apenas 0,1% das sementes consumidas no país, ainda há muito espaço para melhorias” na tecnologia. Para o presidente chinês Xi Jinping, o país deve desenvolver independência, força tecnológica e usar sementes chinesas para garantir a segurança alimentar da China. A China é o maior produtor mundial de grãos, cultivando um quarto do fornecimento global em menos de 10% das terras aráveis do mundo.

Mas, sua capacidade de alimentar seu próprio povo diminuiu nas últimas décadas. Além disso, o país ainda fica atrás em qualidade de sementes. No ano passado, um chefe da Agência de Planejamento Econômico da China disse que a taxa de autossuficiência alimentar do país caiu para cerca de 76%, ante cerca de 100% em 2000. A queda é atribuída à diminuição na competitividade da China na produção agrícola e à relativa fraqueza de sua indústria de sementes. Os principais legisladores chineses também estão revisando um projeto de lei de segurança alimentar proposto, que estabeleceria estruturas legais para a proteção da produção e fornecimento de alimentos. O desenvolvimento de tecnologias avançadas de sementes e punição para má conduta que coloque em risco a segurança alimentar e nacional também estão em pauta, de acordo com um projeto emitido no fim de junho pelo legislativo nacional da China. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.