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20/Jul/2023

Ministério da Fazenda: projeções para a economia

O Ministério da Fazenda aumentou novamente o otimismo para a alta do Produto Interno Bruto (PIB) em 2023. De acordo com a grade de parâmetros divulgada nesta quarta-feira (19/07) Secretaria de Política Econômica (SPE), a estimativa para a expansão da atividade em 2023 passou de 1,9% para 2,5%. A projeção anterior havia sido feita em maio. O crescimento esperado para 2024 se manteve em 2,3%. De acordo com o Boletim Macrofiscal atualizado, a revisão no crescimento para esse ano se deve, em parte, ao resultado do PIB no primeiro trimestre, que cresceu 1,9%. O dado foi melhor do que o esperado para o setor agropecuário e para alguns subsetores de Serviços e Indústria. A projeção maior para 2023 ainda foi influenciada pela expectativa de menores juros até o final do ano, em função da desaceleração nas projeções de inflação.

No último relatório Focus, os analistas de mercado projetaram uma alta de 2,24% para o PIB de 2023. As projeções de crescimento melhoraram para todos os setores. Para o setor agropecuário, a projeção de crescimento no ano foi revisada de 11,0% para 13,2%. Para a Indústria, o crescimento esperado avançou de 0,5% para 0,8%, enquanto a projeção para Serviços passou de 1,3% para 1,7%. Na última divulgação, de maio, o Ministério da Fazenda havia projetado um crescimento de 1,2% para o PIB do primeiro trimestre. O resultado foi maior, de 1,9%. Para o segundo trimestre, contudo, a SPE prevê uma desaceleração da atividade. O modelo de 'nowcasting' indica crescimento de 0,3% na margem, ante 1,9% verificado no primeiro trimestre. Na comparação com o mesmo trimestre do ano anterior, projeta-se alta de 2,7%.

No trimestre, a expectativa é de retração no setor agropecuário, desaceleração em Serviços e leve melhora na Indústria. Para os anos seguintes, as projeções para o crescimento da economia foram mantidas. Para 2024, a estimativa é de que o PIB tenha alta de 2,3%. Frente a 2023, o cenário é de leve desaceleração, motivada pela baixa contribuição esperada para o setor externo e pelo menor crescimento projetado para o setor agropecuário. Apesar da desaceleração, o crescimento será mais homogêneo entre setores e baseado na recuperação da absorção doméstica. Para 2025, o patamar de crescimento esperado é de 2,8%. Para 2026, a estimativa é 2,5%. E para 2027, a projeção é de alta de 2,6%. Para 2024, a estimativa no Focus é de alta de 1,30% do PIB.

As projeções de mercado para os anos de 2025 e 2026 estão em 1,88% e 1,90%, respectivamente. A projeção para a inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em 2023 e 2024 foi revisada para baixo. De acordo com a nova grade de parâmetros macroeconômicos da Secretaria de Políticas Econômicos (SPE), a estimativa neste ano passou de 5,58% para 4,85%, muito próximo do teto da meta estipulado para 2023, que é de 4,75%. Para 2024, a projeção de IPCA caiu, indo de 3,63% para 3,30%. A meta de inflação do ano que vem é de 3,00%, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto porcentual para mais ou para menos. A SPE argumenta que a revisão na projeção para a inflação oficial este ano foi motivada, sobretudo, pelas "surpresas positivas" com a divulgação do IPCA de abril e maio.

Foram citados como pontos relevantes o reajuste autorizado para plano de saúde, que foi levemente inferior ao projetado, a redução nos preços dos combustíveis (gasolina, diesel e gás) nas refinarias, além de revisões nas tarifas de energia elétrica residencial e dos ônibus urbanos. Em relação a 2024, a explicação para a redução da projeção reflete mudanças no cenário externo, como o câmbio e o preço de commodities, além de menores reajustes previstos para preços monitorados, também explicados pela desinflação esperada para 2023 e pela demanda externa. Após a deflação de 0,08% no IPCA de junho, a expectativa inflacionária para 2023 ficou estável em 4,95% no Boletim Focus divulgado nesta semana. Um mês antes, a mediana era de 5,12%.

Para 2024, foco da política monetária, a projeção continuou em 3,92%. Há um mês, era de 4,00%. O Ministério da Fazenda destacou a mudança no regime de meta de inflação, para meta contínua a partir de 2026, como um fator que também colabora para a convergência das expectativas de inflação para este ano. O processo de convergência das expectativas de inflação à meta deve seguir ocorrendo, refletindo não apenas o cenário conjuntural, mas também a mudança no horizonte do regime de inflação e a definição da meta e intervalo de tolerância para 2026. Com a mudança para horizonte contínuo, a política monetária poderá atuar para conter a inflação em intervalo de tempo que independa do mês em que o ciclo de alta inflacionária se inicie.

Ao definir a meta em 3% e mudar a sistemática de aferição, é possível reduzir incentivos à adoção de políticas para desacelerar de forma artificial a inflação até o fim do ano-calendário, o que vai garantir menos volatilidade de preços. Passa ainda a ser possível ancorar as expectativas no longo prazo, uma vez que a meta passa a valer para todo horizonte relevante. O Ministério da Fazenda também reduziu a projeção para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), utilizado para a correção do salário-mínimo. De acordo com a nova grade de parâmetros macroeconômicos da pasta, a estimativa para a alta do indicador neste ano passou de 5,34% para 4,48%. Para 2024, a projeção foi revisada de 3,44% para 3,01%. A estimativa do Ministério da Fazenda para a alta do IGP-DI em 2023 foi reduzida de 2,06% para -2,21%. Para o próximo ano, o patamar passou de 3,78% para 3,63%. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.