ANÁLISES

AGRO


SOJA


MILHO


ARROZ


ALGODÃO


TRIGO


FEIJÃO


CANA


CAFÉ


CARNES


FLV


INSUMOS

20/Jul/2023

UE-Celac: fortalecimento do comércio e investimentos

Líderes da União Europeia (UE) e da Comunidade de Estados da América Latina e Caribenhos (Celac) concordaram em fortalecer o comércio e o investimento entre as regiões, em declaração conjunto após se reunirem em Bruxelas. O documento também destaca o trabalho em andamento para ratificar o acordo entre Mercosul e União Europeia, além de parabenizar os processos para assinatura de acordos bilaterais da União Europeia com o Chile e o México. Foi ressaltada a importância da plena implementação dos Acordos de Associação e Comércio entre a União Europeia e os parceiros da Celac. Foi feita uma defesa pela ratificação dos acordos assinados e atualmente aplicados. A declaração traz compromissos com o meio ambiente e medidas contra a crise climática dos dois blocos. Os países desenvolvidos se comprometeram em mobilizar conjuntamente o valor de US$ 100 bilhões por ano e destiná-lo ao financiamento climático para apoiar os países em desenvolvimento e para duplo financiamento de adaptação até 2025.

Foi reconhecida a contribuição potencial da Agenda Global Gateway Investment da UE-Celac, que abordará as lacunas de investimento de acordo com as prioridades comuns da União Europeia e da América Latina e Caribe. Os líderes também reiteraram o apoio ao acordo de grãos do Mar Negro e expressaram profunda preocupação com a guerra na Ucrânia. No documento, os países concordaram em fortalecer a colaboração financeira e reconheceram que é essencial ter um sistema multilateral justo, inclusivo e eficaz que aloca recursos apropriados para o desenvolvimento sustentável e responde às necessidades específicas dos países mais vulneráveis. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta quarta-feira (19/07), que notou um grande interesse dos europeus em fazer investimentos na América Latina durante o encontro de cúpula da Comunidade dos Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac) com a União Europeia (UE), em Bruxelas.

O presidente classificou a reunião como a mais exitosa entre as que já participou com a União Europeia. Lula afirmou que poucas vezes viu tanto interesse político e econômico dos países da União Europeia na América Latina, possivelmente pela disputa entre Estados Unidos e China, pelos investimentos da China na África e na América Latina, pela Nova Rota da Seda, e pela guerra. Em relação ao Brasil, Lula afirmou considerar muito importante o interesse da União Europeia por dois motivos: pela retomada de todas as políticas de inclusão social que o mundo inteiro conhecia e que o governo anterior simplesmente aboliu e pela decisão do País de fazer a transição energética, que abre possibilidade de investimentos na chamada economia verde. O presidente disse ainda que o País deve apresentar, em agosto, uma proposta de transição energética e ecológica. O Brasil vai mostrar ao mundo que entrará definitivamente na bioeconomia e na economia verde.

Lula destacou a realização, em agosto, da Cúpula da Amazônia, em Belém (PA), com a participação dos oito países que fazem possuem partes da floresta, além dos convidados Congo, República Democrática do Congo e Indonésia (que também possuem grandes coberturas florestais). A ideia, com esse encontro, é preparar um documento para ser levado para a COP28, que será realizada no fim do ano nos Emirados Árabes (referência à 28ª Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas). Lula informou ter participado de dez encontros bilaterais com líderes estrangeiros durante a cúpula Celac-UE e revelou ter marcado uma reunião com empresários brasileiros e alemães em Berlim, no fim do ano. A intenção é tentar fazer esse tipo de encontros com todos os outros países. O papel do governo é abrir portas. O Brasil está voltando a ocupar seu papel de protagonista. Lula afirmou que o acordo comercial entre a União Europeia e o Mercosul deverá ser fechado em 2023. “Pela primeira vez estou otimista de que vamos concluir esse acordo ainda este ano", afirmou o presidente.

Lula voltou a criticar a carta adicional que a União Europeia apresentou durante as negociações, que classificou como "agressiva". A carta que a Europa fez para o Mercosul ameaçava com punição se os países não cumprissem determinados quesitos ambientais. Lula disse para a União Europeia que dois parceiros estratégicos não discutem com ameaças, e sim com propostas. O presidente afirmou que o Brasil já preparou uma resposta ao documento europeu. O texto está em discussão no âmbito do Mercosul e será entregue em breve à União Europeia. Lula também afirmou que foi possível restabelecer de forma madura as negociações com a União Europeia. O presidente voltou a ressaltar a importância da defesa das compras governamentais no acordo com os europeus. O Brasil quer ter a possibilidade de se reindustrializar e, por isso, não abre mão das compras governamentais, um instrumento de desenvolvimento interno. Segundo Lula, os Estados Unidos fazem isso, a Europa faz isso, a Alemanha faz isso e o Brasil tem o direito de fazer. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.