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18/Jul/2023

Florestas Plantadas: caráter ambiental para Brasil

Em tempos de transição da economia tradicional para a economia verde, quando o mercado de carbono ganha uma dimensão potencialmente enorme, chama a atenção do mundo a nossa matriz energética, com seus 44% renováveis. E nessa condição estão as nossas gigantescas hidrelétricas, a energia fotovoltaica (solar), a eólica e a que vem da biomassa, a conhecida como agroenergia. Neste capítulo estão contidos o etanol de cana-de-açúcar, o de milho, o biodiesel de diversas origens (soja, sebo bovino, palma, mamona, entre que estão surgindo), a co-eletricidade gerada nas indústrias sucroenergéticas, o biometano resultante de dejetos das granjas de frangos e suínos, e o carvão vegetal. A biomassa responde por 16% da nossa matriz, um número impressionante, sobretudo se compararmos com o que acontece nos países desenvolvidos do hemisfério norte, que dependem muito de produtos fósseis, como petróleo, gás e carvão mineral, onde a parcela renovável inteira chega a 15% da matriz.

No nosso caso, este último material - o carvão vegetal - está contido na produção de madeira. E esta, por sua vez, depende cada vez mais das florestas plantadas. O setor, organizado sob a IBÁ (Indústria Brasileira de Árvores), conta com 10 milhões de hectares de plantações. Uma área comparável com a de cana-de-açúcar voltada para produzir açúcar, etanol, cachaça, eletricidade, fertilizantes (a partir de sub-produtos do processo industrial). E com uma diferença: o setor se responsabiliza pela conservação de mais 6 milhões de hectares de florestas nativas, uma área total de 16 milhões de hectares. Gerando 2 milhões de empregos, esse segmento do agronegócio foi responsável no ano passado por quase 10% do valor das exportações. É muito grande, e pouco conhecido. O setor madeireiro tem aplicações conhecidas na construção civil, na fabricação de móveis, na origem da lenha para siderurgia e outras indústrias, e também na produção de papel, papelão e celulose. Nem se discute o caráter ambiental da atividade, que com certeza será preponderante nos créditos de carbono, dando realidade a um velho sonho de pagamento por serviços ambientais.

Estes produtos permitem melhor condição de reciclagem do que os materiais de origem fóssil. A reciclagem de embalagens de papel é muito mais fácil que a de plásticos ou alumínio, por exemplo. E a pesquisa tem apresentado novos usos dos derivados de madeira, até em vestuários e cosméticos. O setor cresce com novos investimentos e com a cor verde, fundamental para os tempos modernos. E com uma vantagem comparativa fantástica em relação aos países de clima temperado: nossas florestas crescem muito mais depressa que as deles, e o melhoramento genético permite reduzir ainda mais esse crescimento, com árvores iguais, o que viabiliza a colheita integral da área. Floresta plantada é, por fim, uma resposta empresarial responsável ao desmatamento ilegal que se deve combater sem tréguas. Fonte: Roberto Rodrigues. Broadcast Agro.