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14/Jul/2023

Brasil: insegurança alimentar aumentou em 2022

De acordo com dados do relatório “Estado da Segurança Alimentar e Nutrição no Mundo”, divulgado no dia 12 de julho, pela Organização das Nações Unidas (ONU), o total de brasileiros que passam fome chegou a 10,1 milhões no ano passado, o que representa 4,7% da população. O número é inferior ao registrado pelo “2º Inquérito Nacional sobre Insegurança Alimentar no Contexto da Pandemia de Covid-19”, feito pela Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional (Rede Penssan), com execução em campo do Instituto Vox Populi, Ação da Cidadania, ActionAid Brasil, Oxfam, entre outras instituições. Esse levantamento apontou, no ano passado, que 33,1 milhões de brasileiros não tinham o que comer.

No mundo, de acordo com a ONU, são entre 690 milhões e 783 milhões de pessoas (entre 8,7% e 9,8% da população do planeta) com fome. Apesar de a fome global ter estagnado nos últimos dois anos, ela ainda atinge 122 milhões a mais do que antes da pandemia de Covid-19. O aumento dos preços dos alimentos e da energia, intensificado pela guerra na Ucrânia, dificultou que houvesse um progresso significativo nos últimos anos. Em relação a dados entre 2004 e 2006, o total de brasileiros que passam fome diminuiu. Na época, eram 12,1 milhões, ou 6,5%. No Brasil, a insegurança alimentar (quando a pessoa tem acesso mínimo a alimentos, mas não tem qualquer garantia sobre as refeições que fará), porém, vem crescendo e atingiu 70,3 milhões de brasileiros (32,8% da população) entre 2020 e 2022. Entre 2014 e 2016, eram 37,6 milhões.

A insegurança alimentar severa mais que quintuplicou nesse intervalo, passando de 4 milhões para 21,1 milhões de pessoas, ou de 1,9% para 21,1%. No mundo, a insegurança alimentar alcançou 29,6% da população, ou 2,4 bilhões de pessoas. Dessas, 900 milhões sofrem de insegurança severa. A ONU estima que 600 milhões ainda estarão passando fome no mundo em 2030. São 119 milhões a mais do que haveria se não tivesse ocorrido a pandemia de Covid-19 nem a guerra na Ucrânia. O órgão espera que haja redução da fome na Ásia em sete anos. Na América Latina e no Caribe, não deve haver progresso, enquanto, na África, o número de pessoas sem ter o que comer deve crescer significativamente.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse que a "bagunça" nos cadastros deixados pela gestão anterior prejudicou o combate à fome e à pobreza no Brasil. Ele ponderou que com o novo tamanho do Bolsa Família, que tem verba de R$ 170 bilhões para este ano, será possível reverter a situação. Haddad lembrou que quando a transferência de renda do Bolsa Família começou, em 2004, a verba anual para o programa era menor, cerca de R$ 50 bilhões em valores atualizados. Com o atual orçamento do programa, o ministro disse que o foco agora é sanear os cadastros para que esse dinheiro chegue a quem precisa. Desde o início do ano, o Ministério do Desenvolvimento Social está fazendo um “pente fino” nas inscrições do Cadastro Único, porta de entrada para os benefícios sociais. O objetivo é identificar fraudes. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.