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12/Jul/2023

Endividamento das famílias aumentou em junho

De acordo com a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), apurada mensalmente pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), o percentual de famílias com dívidas a vencer aumentou 0,2% em junho, chegando a 78,5% das famílias no País. Desse total, 18,5% se consideram muito endividados, maior volume da série histórica, iniciada em janeiro de 2010. A alta da proporção de endividados interrompe uma sequência de quatro meses de estabilidade do indicador. Com essa nova subida, a Peic alcançou o maior nível desde novembro do ano passado. A economia brasileira enfrenta um cenário de endividamento e inadimplência crescente, o que afeta a capacidade de consumo das famílias.

O equilíbrio entre os objetivos de estabilidade de preços e o crescimento econômico é um desafio a ser perseguido e que será determinante para a retomada do desenvolvimento do País. Embora o endividamento tenha avançado em junho, antecipando em um mês uma previsão da CNC, a parcela média da renda comprometida com dívidas alcançou 29,6%, o menor percentual desde setembro de 2020. Isso é resultado da melhora da renda dos consumidores que recebem até 10 salários-mínimos, que ocorre por conta da dinâmica favorável da inflação em desaceleração desde o fim do ano passado. A inadimplência acompanhou a tendência de alta do endividamento em junho.

O percentual de famílias com dívidas atrasadas fechou o mês em 29,2%, aumento de 0,1%. A melhora da renda disponível, com a evolução positiva do mercado de trabalho e o alívio da inflação, não foi suficiente para retirar da inadimplência os consumidores com dívidas atrasadas há mais tempo. A proporção de consumidores com dívidas atrasadas voltou a crescer após seis meses de queda, assim como o contingente dos que afirmam que não terão condições de quitar dívidas atrasadas de meses anteriores. Do total de consumidores com dívidas atrasadas, 4 em cada 10 entraram em junho sem condições de pagar os compromissos de meses anteriores, maior proporção desde agosto de 2021.

O volume de consumidores com atrasos há mais de 90 dias também cresceu, alcançando 46% do total de inadimplentes. Ou seja, a cada 100 consumidores com dívidas atrasadas, 46 possuem atrasos há mais de três meses. E essa proporção vem crescendo. Os juros altos da economia são um obstáculo para o crescimento. O maior número de endividados está concentrado nas Regiões Sul e Sudeste. Minas Gerais é o primeiro no ranking, com 94,9% da população; seguido por Paraná, com 94,7%; e Rio Grande do Sul, com 93,9%. Na outra ponta, estão Mato Grosso do Sul, com o menor índice de endividamento do País (59,1%), seguido do Pará (62%) e Piauí (65%).

O volume de endividados encerrou o semestre com avanço em todas as faixas de renda pesquisadas, indicando tendência de alta na segunda metade do ano. Em relação ao mesmo período do ano passado, o incremento na proporção de endividados foi maior entre os consumidores com renda mensal de 5 a 10 salários-mínimos (2,1%). A inadimplência também cresceu mais entre esse grupo de renda (2,7%). Com a absorção de pessoas com menor nível de escolaridade pelo mercado de trabalho e programas de transferência de renda mais robustos, um avanço mais expressivo entre as famílias de renda baixa vem sendo contido. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.