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12/Jul/2023

Inflação na meta este ano entra no radar do mercado

A queda da inflação em ritmo mais rápido do que o previsto nos últimos meses fortaleceu no mercado a avaliação de que há chance de o IPCA ficar abaixo do teto da meta ainda neste ano (de 4,75%), interrompendo uma sequência de descumprimento do alvo quem vem desde 2021. Embora esse ainda não seja o cenário-base da maioria das instituições, economistas afirmam que a possibilidade de sucesso no controle de preços entrou no radar do mercado. O centro da meta de inflação que o Banco Central precisa alcançar neste ano é de 3,25%, mas há um intervalo de tolerância de 1,5% para cima ou para baixo, o que levaria o teto ao máximo de 4,75%.

Na semana passada, UBS BB e XP Investimentos revisaram seus cenários e passaram a prever inflação abaixo do teto da meta neste ano, reduzindo a projeção de alta do IPCA de 4,9% para 4,7% em ambos os casos. Os economistas das duas casas citaram, em relatórios, a desinflação de bens e a redução dos preços de combustíveis pela Petrobras como fatores que influenciaram as mudanças. A Petrobras anunciou um corte de 5,6% na gasolina e de 3,9% no GLP aos distribuidores no dia 30 de junho, o que causa um efeito permanente negativo de 0,14% na inflação deste ano. Também há expectativa de deflação de automóveis com a prorrogação do programa de descontos em carros patrocinado pelo governo federal. Outros analistas conservam a expectativa de IPCA acima do teto da meta em 2023, mas reconhecem que uma taxa abaixo de 4,75% está no radar.

A Constância Investimentos espera inflação de 4,80% neste ano, já considerando deflações nas leituras de junho (-0,14%) e julho (-0,11%), e afirma que o cumprimento da meta pelo Banco Central é considerado. É muito factível que o IPCA fique dentro do teto. Houve uma queda muito importante de alimentação e um corte recente da gasolina que puxaram para baixo a inflação corrente. Mesmo assim, a esperada sequência de deflações em junho e julho pode levar a uma correção excessiva das estimativas do mercado para baixo, devido à desaceleração do IPCA acumulado em 12 meses. A Quantitas projeta alta de 4,8% para o IPCA neste ano, mas admite que uma inflação abaixo do teto da meta é algo que está no radar.

Uma parte das surpresas para a queda recente dos preços decorreu de fatores mais pontuais, em especial a queda nas cotações de commodities, mas que o alívio observado em medidas mais qualitativas pode persistir. O primeiro semestre trouxe notícias positivas principalmente na parte de bens, que estão com leituras baixas. Nos serviços, mesmo com muita heterogeneidade dentro do grupo, já se observa algumas frentes em desaceleração. As boas notícias para a inflação no segundo semestre são que o período deve mostrar uma maior fraqueza da atividade econômica em comparação ao primeiro semestre, e o mercado de trabalho, por mais que esteja surpreendendo na ponta, deverá apresentar uma piora até o fim do ano. Isso representa menos pressão de demanda, o que significa menos pressão sobre os preços. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.