10/Jul/2023

As reações positivas do mercado financeiro à aprovação da reforma tributária na Câmara, somadas à divulgação de dados mais fracos do mercado de trabalho dos Estados Unidos, fizeram o dólar recuar mais de 1% ante o Real na sexta-feira (07/07), novamente para abaixo dos R$ 4,90. O dólar fechou a R$ 4,86, com baixa de 1,32%. Este foi o maior recuo percentual em um único dia desde 27 de abril, quando havia caído 1,56%. Na semana passada, o dólar ainda acumulou alta de 1,58% em função dos avanços em sessões anteriores.

Na abertura da sessão, certa pressão baixista sobre o dólar era exercida pela aprovação na Câmara, em dois turnos, do texto-base da reforma tributária. Por outro lado, a expectativa em torno da publicação do payroll (o relatório de empregos norte-americano) dava sustentação às cotações. Tanto que a moeda norte-americana registrou a máxima da sessão às 9h25, pouco antes do relatório de emprego nos Estados Unidos, cotada a R$ 4,93 (+0,08%).

A publicação do payroll, que trouxe dados mais fracos que o esperado, abriu espaço para a queda do dólar em todo o mundo, em meio à leitura de que o Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos) pode não ser tão rígido em sua política monetária para segurar a inflação. O Departamento do Trabalho dos Estados Unidos informou que o país abriu 209.000 vagas de emprego em junho, abaixo dos 225 mil empregos projetados pela Reuters. Além disso, o número de maio foi revisado para baixo, de 339.000 para 306.000 vagas. No Brasil, os dados norte-americanos se somaram à percepção positiva em relação à reforma tributária, o que colocou o dólar em trajetória firme de queda ante o Real.

Os dois fatores: reforma tributária e payroll, levaram muitos investidores comprados no mercado futuro (posicionados na alta das cotações) a desmontar suas posições, o que intensificou a queda do dólar no mercado à vista. Na mínima da sessão, registrada às 14h33, o dólar foi cotado a R$ 4,84 (-1,67%). No mercado, a avaliação era de que, apesar de não ser a ideal, a reforma tributária é positiva para o crescimento no longo prazo e fator de impulso para os ativos brasileiros.

Segundo a WIT Exchange, se a reforma tributária tornar o ambiente de negócios mais favorável e atrativo para investidores estrangeiros, pode haver um aumento no fluxo de capital para o Brasil. Esse aumento na entrada de investimentos estrangeiros pode fortalecer a moeda local, possibilitando a queda do dólar. O dólar seguia em baixa também no exterior. O índice do dólar, que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas, caía 0,80%, a 102,270. Fonte: Reuters. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.