10/Jul/2023

Segundo o Banco Central, as cooperativas de crédito se destacaram por mais um ano e cresceram mais do que o restante do Sistema Financeiro Nacional (SFN) em 2022. Segundo o Panorama do Sistema Nacional de Crédito Cooperativo (SNCC), publicação anual do Banco Central, que foi divulgada na sexta-feira (07/07), a carteira de crédito do cooperativismo avançou 22,4% no ano passado, contra 14% do sistema total. O crescimento, porém, foi menor do que o de 2021, de 36%, o que é atribuído a um contexto de desaceleração econômica, inflação elevada e piora na capacidade de pagamento dos tomadores. Mesmo tendo reduzido o ritmo de crescimento da carteira de crédito em relação ao ano anterior, o SNCC aumentou sua representatividade no SFN em 2022, com maior expansão que o agregado dos demais segmentos. Dentre as regiões, o Sul do País foi a que apresentou expansão mais significativa do crédito cooperativo, de 23,4%.

Outro destaque é que as cooperativas aumentaram sua participação no mercado de crédito a micro, pequenas e médias empresas (MPME) nos últimos cinco anos, saindo de 9,1% em 2018 para 15,3% em 2022. Houve, porém, aumento da inadimplência no ano passado, mas os atrasos superiores a 90 dias ainda ficaram ao redor de 2% nas carteiras pessoa física e jurídica. Apesar do crescimento da inadimplência, da mesma forma do ocorrido no SFN como um todo, o nível de provisões para operações de crédito demonstra ser suficiente para suportar as perdas esperadas na carteira. Os índices de capital agregados das cooperativas continuaram confortáveis ante os limites requisitados. Já os ativos totais do sistema cooperativo avançaram 28,6% no ano passado, para R$ 590,1 bilhões, uma elevação mais significativa do que em 2021 (23,4%). As operações com crédito tiveram aumento mais contido, de 20,6%, do que a parte de Títulos e Valores Mobiliários, com alta de 73,2%.

No SFN, a expansão dos ativos no ano passado foi de 11%, excluindo as cooperativas. O cooperativismo de crédito acumulou, nos últimos cinco anos, um aumento de 188% nos ativos, enquanto a expansão conjunta dos demais segmentos do SFN foi de 62%. Apesar de a parte de operações de crédito ter tido avanço menos significativo do que a de Títulos e Valores Mobiliários em 2022, a participação do crédito ainda é maior no estoque total dos ativos, com destaque para operações com micro e pequenas empresas e para os produtores rurais. Isso demonstra a importância do segmento para o desenvolvimento da atividade econômica, principalmente no interior do País, onde o setor possui atuação marcante. O sistema cooperativo continua ampliando sua presença no País. No final de 2022, 55,3% dos municípios brasileiros contavam com pelo menos uma unidade de atendimento de cooperativas de crédito (semelhante às agências bancárias), contra 52,2% em 2021 e 47,3% em 2018.

O número de cooperados (ao mesmo tempo donos e clientes das cooperativas de crédito) chegou a 15,6 milhões entre pessoas físicas e jurídicas, um avanço de 14,5% em 2022. O novo marco legal do cooperativismo de crédito brasileiro trouxe aprimoramentos com grande potencial de alavancar ainda mais o segmento, com importantes adequações relacionadas ao fomento de atividades e negócios, à gestão e governança, bem como à organização sistêmica e eficiência do sistema. O cooperativismo de crédito se encontra apto para ampliar sua participação no cenário do SFN, contribuindo cada vez mais para o aprimoramento da concorrência e eficiência. É também um elemento essencial na promoção da inclusão financeira de parcela significativa da população brasileira, notadamente nas áreas mais remotas. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.