ANÁLISES

AGRO


SOJA


MILHO


ARROZ


ALGODÃO


TRIGO


FEIJÃO


CANA


CAFÉ


CARNES


FLV


INSUMOS

10/Jul/2023

Desmate recua na Amazônia e aumenta no Cerrado

Segundo dados do Deter, sistema de alertas do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), o desmatamento na Amazônia caiu 33,6% no primeiro semestre de 2023, ante o mesmo período do ano passado, ligado ao Ministério da Ciência. Apesar da reversão da derrubada da floresta, a região enfrenta uma alta de incêndios. No Cerrado, houve aumento de 21% em seis meses. Se considerar só a comparação de junho com o mesmo mês do ano passado, houve queda de 41%, após uma alta expressiva em maio. Bahia, Maranhão e Tocantins são os Estados com as maiores perdas no semestre. Segundo o Ministério do Meio Ambiente (MMA), o esforço de reverter a curva de crescimento de destruição da floresta foi atingido. Mas, se será possível conseguir uma redução que compense a herança do ano anterior, ainda não dá para saber. Entre os nove Estados da Amazônia Legal, só Mato Grosso relatou alta (7,1%). Para comprovar a redução no desmate será necessário esperar algumas semanas. Para a série histórica, o período de análise vai de agosto a julho.

O programa Prodes do Inpe é que faz a contagem final; já o programa Deter faz apontamentos diários (online) de indícios de desmatamento, mas com menor precisão. Usando satélites, e com 95% de precisão conforme analistas externos, o Prodes é quem define a taxa anual do País. A Floresta Amazônica (3.075 focos) e o Cerrado (4.472) tiveram em junho o maior número de queimadas desde 2007. Especialmente no caso da floresta, os resultados preocupam porque o auge da estiagem na região ainda não chegou. Além disso, especialistas preveem que o total de incêndios florestais cresça ainda mais com a atuação do fenômeno El Niño, que começou em junho. Diferentemente de outros países, onde há incêndios naturais, na Amazônia tem incêndio oriundo do desmatamento, de atividade humana. A melhor forma de combater os incêndios é combatendo o desmate, afirmou a ministra Marina Silva. O presidente do Ibama, Rodrigo Agostinho, disse estar reestruturando o Sistema Nacional de Prevenção e Combate aos Incêndios Florestais (PrevFogo). Segundo ele, 2.101 brigadistas já foram contratados, além da criação de 99 brigadas. A maior parte dos focos de incêndio está ligada à atividade humana.

No Cerrado, houve aumento de 21% no semestre no desmate, mas o governo também destacou a redução de 14,6% no recorte do mês de junho. Não se identifica interrupção da curva de crescimento. Mas, esse primeiro resultado de redução, somado à parceria que vem crescendo muito nos Estados, animam. Para o pesquisador de Estudos Avançados da Universidade de São Paulo (USP), Carlos Nobre, a nova linha de ação do governo, que prometeu punir crimes ambientais, e mudanças na legislação europeia, restringindo comércio de produtos de desmate, podem ter contribuído para o cenário. Mas, os próximos meses serão desafiadores. Com as mudanças climáticas, o planeta está ficando mais quente e há mais risco de o fogo queimar a vegetação. No segundo semestre, o fenômeno El Niño estará atuando e há 60% de probabilidade de que ele seja muito forte, sobretudo em setembro, um dos meses com mais queima na Amazônia. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.