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07/Jul/2023

Capital Economics aposta em depreciação do Real

Segundo a Capital Economics, após um forte rali ao longo do primeiro semestre, o Real deve se depreciar nos próximos meses. O Real vai reverter seus ganhos contra o dólar até o fim do ano à medida que o Banco Central afrouxe a política monetária e a percepção de risco se deteriore. A previsão de dólar foi mantida em R$ 5,25 no fim do ano. A Capital Economics atribui a apreciação recente do Real, que apresentou ganhos de quase 10% em relação à moeda norte-americana no primeiro semestre, à busca dos estrangeiros por operações de carry trade em ambiente global mais de forte apetite ao risco.

Também contribuíram para o desempenho da moeda brasileira nesse período a melhora da percepção sobre a sustentabilidade das contas públicas, com o andamento do novo arcabouço fiscal no Congresso, e o expressivo saldo comercial, impulsionado pela safra agrícola recorde. Daqui para a frente, haverá uma redução da atratividade do carry trade, uma vez que o Banco Central já deu sinais de que vai iniciar um ciclo de redução da taxa Selic em agosto. Tanto o Real quanto outras moedas emergentes associadas ao "carry" elevado tendem a se depreciar em meio à ampliação do afrouxamento monetário nesses países enquanto BCs desenvolvidos mantêm taxas elevadas.

Em segundo lugar, e mais importante, o sentimento de risco vai piorar globalmente e domesticamente no fim da segunda metade do ano. A resiliência econômica global dará lugar a recessões nas maiores economias, incluindo os Estados Unidos. Em relação ao Brasil, a possibilidade de que o governo falhe na implementação completa do novo arcabouço fiscal pode elevar os prêmios de risco embutidos nos ativos locais, que parecem relativamente baixos diante da perspectiva de desempenho fraco da economia global e doméstica.

Por último, o Real já deixou de ser considerada uma moeda muito depreciada, o que abre espaço para uma rodada de alta do dólar. O dólar vai se enfraquecer no fim deste ano, antes de se fortalecer um pouco no próximo ano à medida que a economia global sai da recessão e o apetite ao risco se recupera. A depreciação da moeda brasileira será similar à de outras divisas emergentes, mas menor do que a queda mais aguda projetada para o peso mexicano. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.