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05/Jul/2023

Cúpula do Mercosul: acordo com a UE é prioridade

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva cobrou do Mercosul a apresentação de uma resposta rápida e contundente à carta adicional apresentada pela União Europeia para fechar um acordo comercial com o bloco sul-americano. O texto prevê sanções em caso de descumprimentos ambientais e é rechaçado pelo governo brasileiro. O ministro de Relações Exteriores, Mauro Vieira, prometeu uma reação ao documento adicional da União Europeia para os próximos dias. Lula afirmou que a ofensiva da União Europeia é inaceitável. Parceiros estratégicos não negociam com base em desconfiança e ameaça de sanções, reiterou o presidente, que mais uma vez se posicionou de forma contrária à inclusão das compras governamentais no acordo comercial, uma exigência dos europeus. O Mercosul não tem interesse em acordos que o condene ao eterno papel de exportador de matérias-primas, minérios e petróleo, disparou Lula, em defesa de produtos de maior valor agregado no Mercosul.

Será retomada uma agenda externa ambiciosa para ampliar o acesso a mercados para os produtos de exportação do bloco. Lula afirmou estar comprometido com a conclusão do Acordo com a União Europeia, que deve ser equilibrado e assegurar o espaço necessário para adoção de políticas públicas em prol da integração produtiva e da reindustrialização. O presidente Lula reagiu à ofensiva da China para fechar um tratado de livre comércio com o Uruguai de forma unilateral, o que poderia prejudicar o Mercosul. Em discurso na cúpula do bloco sul-americano, que acontece hoje em Puerto Iguazú, Lula acenou com parcerias em conjunto do Mercosul com o país asiático. Lula defendeu revisar e avançar nos acordos em negociação com Canadá, Coreia do Sul e Singapura. Explorar novas frentes de negociação com parceiros como a China, a Indonésia, o Vietnã e com países da América Central e Caribe.

Lula saiu em defesa de políticas que contemplem uma integração regional profunda, baseada em trabalho qualificado e produção de ciência, tecnologia e inovação. Isso requer mais integração, a articulação de processos produtivos e na interconexão energética, viária e de comunicações, declarou o presidente do Brasil. A proliferação de barreiras unilaterais ao comércio perpetua desigualdades e prejudicam os países em desenvolvimento. Lula disse que é preciso combater o ressurgimento do protecionismo no mundo, com o resgate do protagonismo do Mercosul na Organização Mundial do Comércio (OMC). Lula defende uma reforma da OMC e da governança global como um todo. O presidente brasileiro afirmou que o fato de ter a aliada Dilma Rousseff (PT) à frente do Novo Banco de Desenvolvimento (NDB), o banco dos Brics, resultará em "novos horizontes" para o Mercosul, com redução das assimetrias dos seus membros.

O Brasil, na presidência pro tempore do Mercosul, vai intensificar contatos com bancos internacionais e trabalhará para mobilizar recursos junto aos bancos nacionais e aos organismos regionais para o desenvolvimento, como a CAF, o Fonplata e o BID, para financiar projetos de infraestrutura física e digital. Lula ressaltou ainda que o Brasil já quitou sua dívida com o Fundo de Convergência Estrutural do Mercosul (FOCEM) e vai realizar novos aportes com autorização do Congresso em uma segunda etapa. O aprimoramento institucional do Mercosul passará pelo revigoramento do Parlasul, do Instituto de Políticas Públicas em Direitos Humanos, do Instituto Social e do Tribunal Permanente do Mercosul. Para Lula, é preciso dar mais atenção às regiões de fronteiras e criar uma ação conjunta no Mercosul para a revitalização de solos degradados. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.