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04/Jul/2023

Amazônia: impacto da poluição que vem da África

Fuligem proveniente da queima de combustíveis fósseis e florestas na África está contribuindo para o desequilíbrio climático na Amazônia brasileira. A conclusão é de um novo estudo feito por cientistas brasileiros e alemães que monitoram aerossóis vindos do outro lado do Oceano Atlântico, revelando como e em que quantidade eles afetam a atmosfera amazônica. O trabalho foi publicado na Communications Earth & Environment, do grupo Nature. O estudo revela que o volume de fuligem transportado está longe de ser desprezível e contribui significativamente para a poluição medida no bioma: de 30%, na estação seca, até 60%, no período de chuvas. A descoberta destaca a importância de entender a extensão e os efeitos da queima de florestas para o clima e a saúde em todo o planeta.

Os pesquisadores destacam que, até hoje, tal poluição não é levada em consideração nos modelos climáticos usados em estudos sobre a Amazônia. Ou seja, o problema pode ser ainda pior do que o estimado. Os dados novos devem ser usados para aprimorar os modelos globais, que reproduzem as emissões, mas tendem a subestimar o que vem da África, afirma o Instituto Max Plank, da Alemanha. Com isso, haverá um quadro melhor sobre o quanto essa situação afeta o clima na Amazônia, porque essas partículas absorvem radiação, aquecem a atmosfera e são um importante componente do aquecimento global. O transporte e a sazonalidade da fumaça da África através do Atlântico eram conhecidos com base em medidas de satélite e de avião. Havia, porém, dificuldade de distingui-la da poluição local e determinar sua proporção. A fuligem (ou carvão negro) emitida durante a combustão que sobe para a atmosfera é uma das consequências mais preocupantes das queimadas para o ambiente.

Analisando as pequenas partículas dispersas no ar, os pesquisadores conseguiram perceber diferenças significativas entre materiais produzidos em cada continente por causa do tamanho, capacidade de absorção de calor e de suas características físicas e químicas. A Universidade de São Paulo (USP) também assina o trabalho. O aumento da temperatura previsto nos próximos anos para a África Central e para a África Subsaariana, a principal fonte dessas emissões, e a redução das chuvas que já está ocorrendo naquela região muito provavelmente tenderão a se agravar. Isso pode fazer com que esse transporte seja ainda mais intenso no futuro, piorando as mudanças climáticas na região do Atlântico Tropical, entre a África e a Amazônia. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.