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04/Jul/2023

Clima: Europa terá recorde de calor com o El Niño

A Espanha está imersa em uma onda de calor. Há uma semana, por exemplo, a temperatura ultrapassou os 44ºC na região da Andaluzia, sul do país. A Agência Meteorológica Estatal decretou alerta em várias regiões. Com o início do período de verão no Hemisfério Norte, outros países europeus e da América do Norte, como Estados Unidos e Canadá, podem ser atingidos por fortes ondas de calor e ter recordes de temperatura máxima nos próximos meses, como aconteceu no ano passado. No dia 19 de junho, a Organização das Nações Unidas (ONU) e o serviço de mudança climática europeu Copernicus publicaram relatório mostrando que a Europa tem um ritmo de aquecimento duas vezes mais rápido do que a média mundial desde a década de 1980, e que a temperatura no continente foi 2,3ºC superior em 2022 na comparação com a era pré-industrial (1850-1900).

Segundo o Centro Nacional de Monitoramento e Alerta de Desastres Naturais (Cemaden), houve duas ondas de calor na Índia e no México. Não é improvável haver alguma na Europa também. O retorno de um verão intenso na Europa pode ocorrer por dois fatores principais: as mudanças climáticas causadas pelo aumento do efeito estufa, que podem levar a eventos extremos, como ondas de calor, mais frequentes, e a alta das temperaturas ocasionada pelo El Niño, fenômeno que se caracteriza pelo aquecimento das águas do Oceano Pacífico e alterações climáticas. Em anos de El Niño, as temperaturas tendem a ser acima da média. O Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC) destaca que a Europa já apresenta um aumento da temperatura entre 2,2ºC e 2,4ºC, enquanto a média mundial gira em torno de 1,2ºC.

Em 2021, o ano mais recente com uma série completa de dados, a concentração dos três principais gases do efeito estufa (carbono, metano e óxido de nitrogênio) atingiu níveis recordes e seguiu aumentando em 2022, apontou o relatório da ONU e do Copernicus. Os efeitos já se manifestam. Tradicionalmente frios, os países escandinavos Dinamarca, Suécia e Finlândia começam a sofrer com as altas temperaturas e com uma seca incomum, prejudicial à agricultura. Segundo o Cemaden, pela alta das emissões de gases poluentes e o consequente aumento do efeito estufa, a temperatura da Terra já subiu 1,1º C. Parece pouco, mas é muito. O aumento de 1°C não significa que a temperatura aumente de forma uniforme, mas sim a variabilidade, ou seja, aumentam o frio extremo e o calor extremo.

Pode haver uma relação do aquecimento do planeta e da frequência do fenômeno El Niño. Esse aquecimento, além de causar mais eventos extremos e em intervalos curtos de tempo, está diminuindo as distâncias da ocorrência de El Niños. O que se tem observado é que uma forma do planeta devolver esse calor para a atmosfera é a partir da água dos oceanos, como o Pacífico, que se aquece com El Niño. Por 2023 ser um ano de El Niño, diversas ondas de calor, como as presenciadas na Índia e no México, são esperadas ao redor do mundo, inclusive na Europa. Porém, não é possível prever e saber quando, onde e em qual intensidade elas vão acontecer. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.